
O Porta-Voz do ministério de relações exteriores da China, Lin Jian, afirmou nesta quarta-feira (5/3) que seu país está preparado para enfrentar “qualquer tipo de guerra” contra os EUA. O comentário veio no contexto de aumento das tarifas por parte de Washington e retaliações em Pequim.
O comentário do porta-voz foi feito na rede social X e foi repostada pela conta oficial da embaixada da China nos EUA. Jian acredita que os norte-americanos devem abandonar a política de intimidação e recorrer à cooperação o mais rápido possível.
A tarifa cumulativa sobre a China já chega a 20% sobre todas as exportações e o porta-voz alerta que “exercer pressão sobre a China é um alvo errado e um cálculo equivocado”.
Itaú BBA vê 5 reflexos com tarifas da China para commodities dos EUA
Após as tarifas dos EUA sobre a China entrarem em vigor na terça-feira (4), o país asiático respondeu com a imposição de tarifas de 15% para produtos agrícolas do país norte-americano. O movimento, segundo análise do Itaú BBA, deve ter relfexo em alguns setores de commodities dos EUA e também no Brasil.
Os produtos taxados pela China serão a carne bovina, suína, de frango, milho, algodão, soja e sorgo importados dos estadunidenses. Essas medidas passam a valer a partir de 10 de março.
Conforme o Itaú BBA, a China é um importante comprador de soja e algodão dos EUA, respondendo por 50% e 37% das exportações do país em 2024, respectivamente.
Entre os reflexos, o banco citou a pressão de queda nas exportações agrícolas dos EUA; um ajuste nos preços pelo redirecionamento da oferta de grãos e proteína; um aumento potencial nas exportações brasileiras para China.
Além disso, o Itaú BBA também acredita que os preços de grãos no Brasil também podem aumentar, bem como haver maior volatilidade no mercado de commodities com o avanço das tarifas.
“A SLC Agricola (SLCE3) e BrasilAgro (AGRO3) devem se beneficiar dessas dinâmicas. Por outro lado, JBS(JBSS3) e Marfrig (MRFG3) podem ver maiores desafios para suas operações nos EUA no curto prazo, que podem ser compensadas por melhores dinâmicas na Austrália e América do Sul”, apontaram os analistas Gustavo Troyano e Bruno Tomazetto, segundo o “Money Times”.