Queda da moeda em offshore

China aumenta apoio ao yuan após baixa em negociações

O fixing foi 1.323 pontos base maior que o previsto pela Bloomberg

China
China / Foto: Reprodução

O PBOC (Banco Popular da China) aumentou o apoio ao yuan após a moeda atingir o nível mais baixo desde 2022 em negociações offshore na terça-feira (31). Nesta quinta-feira (2), o banco definiu a taxa de referência diária do yuan em 7,1879 por dólar, o que mantém a moeda dentro do intervalo permitido de 2% em relação ao valor de mercado.

O fixing foi 1.323 pontos base maior que o previsto pela Bloomberg, o que corresponde ao maior desvio desde julho.

A queda do yuan offshore, de até 0,7% no dia 31 de dezembro, ocorre em meio a incertezas a respeito do crescimento da China e das tarifas que podem ser impostas pelo presidente eleito dos EUA, Donald Trump.

China abre ano com forte queda em ações no primeiro pregão

As ações chinesas registraram uma queda acentuada no primeiro pregão de 2025, marcando o início de ano mais fraco desde 2016. O índice CSI 300, que reúne as principais empresas de capital aberto na China, recuou 2,9%, enquanto o Shanghai Composite caiu 2,7%. Em Hong Kong, o índice Hang Seng teve uma desvalorização de 2,2%.

Esse desempenho negativo foi influenciado por dados industriais abaixo das expectativas. A atividade manufatureira chinesa em dezembro cresceu em um ritmo mais lento do que o previsto, com as vendas sendo impactadas pela redução nos pedidos de exportação, refletindo preocupações sobre as perspectivas comerciais.

No ano anterior, as ações chinesas haviam registrado seu primeiro ganho anual após três anos consecutivos de declínio, impulsionadas por pacotes de estímulo que elevaram a confiança dos investidores. Contudo, o início de 2025 trouxe incertezas. Informações foram apuradas pela agência Reuters.

Futuro incerto

Minyue Liu, especialista em investimentos em ações da Grande China no BNP Paribas Asset Management, destacou que o período até março é particularmente incerto, já que o próximo grande evento político, o Congresso Nacional do Povo, ocorrerá nesse mês. Espera-se que, durante o congresso, sejam anunciadas metas de crescimento e novas medidas de estímulo governamental. Até lá, sem dados macroeconômicos sólidos ou anúncios significativos de políticas, o mercado pode apresentar maior volatilidade.

Setores específicos também sentiram o impacto. As ações do setor financeiro caíram 3,5%, e as de tecnologia recuaram 4,3%. O setor imobiliário, apesar de um ligeiro aumento nos preços de novas residências em dezembro, viu suas ações caírem 2,4%.

Um destaque negativo foi a Sun Art, rede de hipermercados, cujas ações despencaram 20% após o Alibaba anunciar a venda de sua participação majoritária para a empresa de private equity DCP Capital. Consequentemente, as ações do Alibaba também registraram uma queda de 1,3%. As gigantes de tecnologia listadas em Hong Kong, representadas pelo índice Hang Seng Tech, recuaram 2,5%.