Imagem de Vitaly Gariev no Unsplash 

Aqueles que acompanham o futebol brasileiro sabem que as casas de apostas esportivas online já são uma presença cotidiana, seja nos estádios, nos uniformes dos atletas ou mesmo como um hobby adicional ao esporte.

Segundo um levantamento da plataforma de análise de dados Datahub, o setor de apostas esportivas no Brasil cresceu cerca de 734% entre 2021 e 2024, mantendo o ritmo de expansão em 2025. É especulado que a pandemia, ocorrida no período, tenha estreitado os nossos laços com o que é digital.

Atualmente, todos os times da série A do Campeonato Brasileiro são patrocinados por alguma casa de apostas esportivas e/ou cassino online. Mesmo antes da regulamentação do setor, em janeiro de 2025, o apoio financeiro dessas gigantes tecnológicas já era significativo entre os clubes, dos maiores aos menores.

Nos últimos anos, o público brasileiro também passou a buscar cada vez mais por sites de apostas seguros e regulamentados, que ajudam os apostadores a identificar plataformas confiáveis e licenciadas. Essa maior transparência vem fortalecendo a imagem do setor e atraindo investidores institucionais, além de consolidar as apostas como um novo ativo econômico nacional. Jogue com responsabilidade.

Nesse texto, vamos explicar as razões para o crescimento das plataformas no Brasil, quais são os números que indicam isso e o que podemos esperar para o futuro dessa área hoje tão promissora.

Qual o papel da regulamentação das apostas na sua popularidade?

As apostas esportivas online nunca foram ilegais no Brasil, mas a ausência de regulamentação até 2025 fazia com que os apostadores recorrem a plataformas regidas por órgãos internacionais. A procura e demanda, por consequência, eram reduzidas quando comparadas.

A partir da regulamentação, elas se tornaram muito mais acessíveis, com boa parte das plataformas digitais que oferecem a atividade sendo registradas no Brasil e pagando tributos aos cofres públicos. Esse não foi o único fator para o crescimento, é claro, mas teve grande contribuição.

De acordo com o Ministério da Fazenda, a regulamentação trouxe também mais segurança jurídica para empresas e consumidores, além de permitir o monitoramento fiscal da atividade. Isso significa que cada aposta feita hoje no país gera impacto direto na economia real — desde a arrecadação de impostos até o patrocínio de eventos esportivos. 

O que impulsiona a popularidade das casas de jogos no Brasil?

Para além da regulamentação do Governo Brasileiro, um segundo fator determinante para os 734% de crescimento em quatro anos foi a maior acessibilidade das redes móveis em smartphones. No país, há mais celulares do que pessoas, o que significa que quase todos têm um dispositivo em mãos.

Aliado a isso, há o fato de que as bets são um tipo de entretenimento associado àquele que é o esporte nacional — o futebol —, o que de imediato o torna popular. Qualquer pessoa pode realizar apostas pelo celular, com valores acessíveis e conhecimentos que já possui sobre o futebol brasileiro.

Como a popularidade das bets se reflete em números?

De acordo com uma pesquisa publicada pela Veja Negócios, o setor de apostas esportivas registrou um aumento de 37% nas contratações de novos profissionais após a regulamentação, ampliando o número de empregos no Brasil. E a estimativa é que esses novos empregos aumentem junto com a indústria. 

Há ainda o dado de que, apenas nos primeiros seis meses após a regulamentação, o funcionamento das bets arrecadou cerca de R$ 5 bilhões aos cofres públicos, na forma de tributos. Desse total, 1/3 é destinado ao Ministério do Esporte e aos comitês esportivos, o que fortalece o esporte no nosso país.

Além da geração de empregos, há um efeito indireto positivo: clubes de futebol, federações e até ligas menores têm registrado aumento nas receitas de patrocínio e publicidade.

O que o futuro reserva para o setor no Brasil?

Considerando tudo o que foi abordado até aqui e a expectativa de que o setor de bets continue crescendo, o Governo Federal estuda aumentar os tributos pagos pelo setor, que hoje estão em 12% e podem chegar a 18%. A ideia é controversa, mas faz sentido econômico.

Como pudemos perceber, o crescimento de mercado e a consolidação do setor ficaram ainda mais relevantes a partir da regulamentação dos jogos de azar no Brasil. É impossível ter certeza sobre o que o futuro reserva, mas espera-se que a trajetória do mercado continue em alta.

Para analistas financeiros, o desafio dos próximos anos será equilibrar a arrecadação estatal com a competitividade das operadoras. Caso os impostos aumentem demais, parte das empresas pode migrar novamente para jurisdições internacionais, o que reduziria a transparência e a fiscalização. 

Ainda assim, o consenso é que o Brasil já se consolidou como um dos principais mercados de apostas do mundo, com potencial de ultrapassar R$ 20 bilhões em movimentação anual até 2030, segundo projeção da Datahub.