Primeiramente, proponho duas reflexões. Alguém conhece uma empresa que surgiu, expandiu ou desenvolveu suas operações sem investir, dedicar recursos financeiros, ou passar pelo dilema da estrutura de capital? Mesmo com um método tradicional consolidado de decisão de investimento, por que temos uma gama de exemplos de projetos e empreendimentos que quando implantados não chegam nem perto do retorno esperado e, em alguns casos, são fracassos totais?
Através do primeiro questionamento, percebemos que a decisão de investimento está no cerne de uma entidade corporativa, independente do setor, tamanho e nível de internacionalização. A segunda pergunta nos leva para uma discussão mais ampla e complexa. Ampla pelo fato das necessidades intrínsecas do processo de decisão de investimentos e complexa por conta da elevada exigência e dinamicidade do ambiente, tanto interno quanto externo, muito diferente da realidade espelhada nos tradicionais estudos de casos.
No mundo real a previsibilidade e expectativas futuras podem mudar num piscar de olhos. As narrativas que justificam as oportunidades de investimentos mudam em poucos anos. O paradoxo entre a quantidade e qualidade das informações disponíveis, ao mesmo que seduz, cega. Resultante natural, a sede por transparência e maior confiabilidade e adaptabilidade das decisões aumentam significativamente, isso em maior grau nas empresas de capital aberto.
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Nesse contexto, o desafio está posto, agregar ao método óbvio e tradicional uma abordagem mais sofisticada e conectada com o mundo. Uma abordagem com flexibilidade gerencial e opções; que trate aos riscos, incertezas e oportunidades de forma apropriada e integrada; transparente quanto aos impactos de curto e médio prazo nos demonstrativos financeiros; clara na conexão com o alinhamento estratégico e direcionadores de valor; que valorize os aspectos intangíveis e seja capaz de prestar contas sobre os resultados projetados.
Não é simples e nem imediato, é um processo que deve surgir à sombra de uma visão holística e disciplinada. Neste sentido, decisões inteligentes de investimentos se consolidam, pois na ameaça de um insucesso, a flexibilidade e opções identificadas podem atenuar e até neutralizar fracassos totais.
