O setor de energia é um dos mais importantes do país, haja vista que esse recurso é necessário para garantir o desempenho de diversas atividades essenciais para uma nação, como o funcionamento de máquinas industriais e equipamentos hospitalares.
Segundo dados expostos no site da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a principal fonte de geração de energia do Brasil é a hidrelétrica (água corrente dos rios), que responde por 62% da capacidade instalada em operação no país, seguida das termelétricas (gás natural, carvão mineral, combustíveis fósseis, biomassa e nuclear), com 28%. O restante é proveniente de usinas eólicas (energia dos ventos) e importação da energia de outros países.
Para te ajudar a entender tudo sobre o setor de energético, a BP Money preparou essa matéria com as informações mais relevantes do setor.
Cenário atual
O cenário atual do setor de energia no Brasil está marcado pela crise hídrica.
Na terça-feira (15), durante audiência pública na Câmara dos Deputados, o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), André Pepitone, explicou que o Brasil vivencia uma forte redução dos níveis de água nos reservatórios, o que dificulta a geração de energia (via hidrelétricas).
Dessa forma, Pepitone afirma que o país não terá energia suficiente para atender toda a população até novembro. Ou seja, será necessário atender a demanda com energia térmica. Diante disso, a Aneel discute qual patamar da bandeira tarifária será utilizado.
Conheça as bandeiras tarifárias:
Verde- sem cobrança adicional
Amarela- R$ 1,34 por 100kWh consumidos
Vermelha- dois patamares: um de R$4,16 e outro de R$ 6,24 para cada 100kWh consumidos
A Aneel adotou a bandeira mais cara do sistema, a “vermelha patamar dois”, em junho. Contudo, com o reajuste que está sendo analisado, a bandeira vermelha patamar dois custará mais de R$ 7 a cada 100kWh de energia consumidos, de acordo com Pepitone.
Em suma, com o atual cenário do setor de energia no Brasil, fica claro que é urgente que novos investimentos sejam feitos no país, com a finalidade de evitar situações como essa, de crise energética. Além disso, sabe-se que a energia elétrica é um insumo essencial à sociedade, indispensável ao desenvolvimento socioeconômico da nação, e que o Brasil necessita de uma boa matriz energética para voltar a se expandir pós-pandemia da covid-19.
Perspectivas
Diante da importância do setor de energia para o crescimento econômico de um país e considerando o grande potencial energético que o Brasil possui, por conta da sua grande extensão territorial e diversidade de biomas e climas,
as expectativas para esse setor são de grande expansão.
Observa-se que, atualmente, o Brasil, além de enfrentar inúmeras adversidades devido a pandemia da covid-19, está passando por uma grave crise hídrica e energética.
Dessa forma, os investimentos em infraestrutura no setor energético vem ganhando destaque e valorização, como uma alternativa para auxiliar na resolução desses problemas.
Como exemplo de investimento no setor energético, podemos citar o Vinci Energia FIP-IE, um fundo de investimento em participações em infraestrutura, gerido pela Vinci Infraestrutura Gestora de Recursos Ltda.
Suas cotas começaram a ser negociadas na Bolsa de Valores do Brasil em novembro de 2019, com o ticker VIGT11, quando foram captados mais de R$ 420 milhões no IPO (Oferta Pública Inicial).
O Vinci Energia FIP-IE tem como parte de sua estratégia de construção de portfólio, privilegiar investimentos em ativos de geração e transmissão de energia que apresentem como caraterísticas: contratos de longo prazo, com previsibilidade da receita dos ativos; baixo risco de contraparte e de crédito; ativos variados, com o intuito de reduzir riscos e buscar ambientes menos competitivos e receitas ajustadas pela inflação.
De acordo com o especialista em renda variável da BP Money, Pedro Queiroz, o país que quer crescer muito e se desenvolver, precisa de energia, porque essa área (energética) é a chave para a expansão.
O especialista ainda afirma que: “O Brasil precisa investir cada vez mais em energia para ter um PIB robusto”.
Geração X Transmissão
O setor de energético brasileiro foi estruturado para garantir a segurança do suprimento de energia elétrica para a população.
Vinculado ao Ministério de Minas e Energia (MME), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é o órgão regulador do setor.
A energia elétrica passa por dois processos importantes antes de chegar aos estabelecimentos. São eles:
Geração: responsável pela transformação da energia primária (proveniente das águas de reservatório, gás, vapor, energia dos ventos, energia solar, entre outras) em energia elétrica.
Transmissão: Como a geração de energia através das usinas não é adequada para o consumo em residências ou estabelecimentos, é preciso que a energia siga até as estações de transmissão, aumentando a sua tensão. Com maior voltagem, a energia segue pelas linhas de alta tensão por longas distâncias e passa por transformadores, com o intuito de diminuir a sua voltagem e ser transferida para a rede de distribuição.
Como foi comentado anteriormente, o Vinci Energia FIP-IE (VIGT11) é um fundo que foca em investimentos nos setores de geração e transmissão de energia.
“O VIGT11 tem uma participação muito grande na geração e na transmissão de energia, principalmente na transmissão”, explica o especialista, Pedro Queiroz.
“O setor de transmissão é ainda mais seguro, pois independente da matriz energética que está sedo utilizada (eólica, solar, entre outras), será necessário a transmissão dessa energia produzida”, destaca.
“A energia solar, por exemplo, é uma energia limpa, mas ela precisa de grandes baterias, caso não utilize o sistema de transmissão. O que é inviável” exemplifica o especialista e enfatiza: “Por isso o sistema de transmissão é tão importante”.
Sobre a remuneração e regulação do setor de transmissão, Queiroz conclui: “Essa área da transmissão possui licenças de construções de longo prazo, 30 anos, por exemplo. Esse setor é remunerado pela RAP (Receita Anual Permitida) e reajustado por indexadores como IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) e IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo)”.
Crise Hídrica
Por conta da grande extensão territorial e do clima que o Brasil possui, o país conta com uma grande variedade de recursos naturais que podem ser transformados em energia por um preço relativamente baixo.
Entretanto, apesar do Brasil possuir um grande potencial para produzir energia, esse potencial não é devidamente aproveitado.
Como reflexo disso, o país está sofrendo um agravamento da crise hídrica, o que gera especulações sobre a possibilidade de racionamento de energia no segundo semestre.
O motivo da crise hídrica está intimamente ligado à falta de chuvas.
O último período úmido do país, novembro de 2020 a abril de 2021, teve o pior índice de chuvas em 91 anos de registro.
Dessa forma, segundo a estimativa do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), mesmo flexibilizando as atuais regras de entrada e saída de água em grandes reservatórios, o volume das hidrelétricas na região Sudeste/Centro-Oeste chegaria ao fim de novembro deste ano com 7,9% de sua capacidade máxima.
É importante salientar que essa não é a primeira crise hídrica e energética enfrentada pelo Brasil. Em 2015, o país também foi afetado pelo baixo nível das águas nos reservatórios.
Diante desses fatos, fica em evidência que o setor de energia brasileiro precisa de investimentos para poder se expandir e aproveitar o seu grande potencial.
ESG
O Brasil possui uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo e as empresas brasileiras desse setor seguem investindo, cada vez mais, em políticas de ESG.
A sigla ESG significa environmental, social and governance (ambiental, social e governança, em português). O ESG é utilizado para medir as práticas ambientais, sociais e de governança de uma companhia.
Ou seja, ao invés de analisar apenas índices financeiros, através do ESG, os investidores também observam fatores relacionados aos princípios de responsabilidade de uma empresa.
Inclusive, os três critérios do ESG podem ser analisados de diversas formas no cotidiano das empresas. Como:
Meio Ambiente: redução da emissão de carbono, desenvolvimento de políticas de proteção e cuidados com a geração de resíduos.
Social: satisfação dos clientes, respeito aos direitos humanos e às leis trabalhistas, diversidade da equipe e engajamento dos funcionários.
Governança: transparência na apresentação de informações, conduta corporativa e representatividade no conselho administrativo.
Em síntese, ao destinarem recursos para empresas que se preocupam com o ESG, os investidores contribuem com a redução da desigualdade social, dos impactos ambientais, além de possuírem mais clareza sobre os recursos alocados.
Transformação da matriz energética brasileira
Como foi citado anteriormente, a matriz energética brasileira está entre as mais limpas do mundo e pretende seguir no caminho da sustentabilidade.
Para entender melhor essas questões, iremos conhecer as principais fontes de energia renovável.
Energia hidráulica: A água possui um potencial energético, que quando represado, aumenta. Nas usinas hidrelétricas existem turbinas que, na queda d`água, fazem funcionar um gerador elétrico, produzindo energia.
Energia solar: Através de painéis com tecnologia específica, a luz do sol é captada e convertida em energia térmica ou elétrica.
Energia eólica: O movimento dos ventos captados por enormes moinhos, se transformam em energia elétrica totalmente limpa.
Energia de biomassa: É a energia transformada a partir da decomposição de materiais orgânicos, como restos de alimentos e resíduos agrícolas. O gás metano produzido pela decomposição é usado para gerar energia.
Energia geotérmica: A geração se dá por meio do magma (uma formação rochosa com alta temperatura) que esquenta a água, a qual é utilizada para gerar a energia geotérmica.
A transformação da matriz energética brasileira está relacionada justamente com essas fontes sustentáveis de geração de energia. O país está um busca da ampliação das suas fontes de energia limpas. Tendo em vista a capacidade que o país possui para tal ampliação.
“A nossa matriz energética está associada com fontes mais limpas, com energia solar, eólica (…)” afirma o especialista Pedro Queiroz.
Quanto a transformação da matriz energética brasileira, o especialista concluiu: “A partir do momento em que começamos a observar essas mudanças, de tentativa de reduzir a emissão de carbono e preservar o meio ambiente, conseguimos ver um grande potencial de crescimento do setor”.