Os golpes do pix continuam assolando os brasileiros. Com a promessa de dinheiro fácil e rápido, o “urubu do Pix” tem servido de isca para aplicar golpe nas redes sociais utilizando uma ferramenta diferente do ataque hacker, que é quando o dispositivo é invadido por vírus, por exemplo.
Neste caso, o novo golpe do pix, tem como arma a engenharia social, técnica que pode ser feita de forma on-line, por meio de perfis falsos nas redes ou, ainda, usando a interação humana e o uso de malwares, como as ligações telefônicas.
O objetivo desse novo golpe é manipular as pessoas, oferecendo “oportunidades únicas” por tempo limitado ou gratuidades, além de preços mais em conta.
Porém, tudo não passa de uma fraude. De acordo com especialistas, não existe um perfil específico para as táticas da engenharia social, considerando a quantidade de informações pessoais existentes atualmente nas redes sociais.
Como funciona o novo golpe do pix
Imagine uma página com muitos seguidores no microblog que posta uma oferta de outro mundo. Nela, o usuário que realizar a transferência de um determinado valor via Pix, terá esse valor multiplicado e devolvido em minutos.
Porém, o dinheiro não volto. Com isso, o usuário terá uma outra dor de cabeça: o falsário pode roubar seus dados pessoais, já que muitos utilizam CPF ou número de telefone como chave do Pix.
O anúncio traz um link que leva ao WhatsApp, e é por esse meio que o golpe é aplicado. Para dar credibilidade à engenharia social, os falsários fazem o envio de um “valor teste” para que o usuário caia na emboscada. Os perfis utilizam ainda agradecimento de retorno financeiro com o “urubu do Pix”.
“Esse golpe promete lucros exorbitantes às vítimas. Via de regra, recomenda-se que os usuários desconfiem de ofertas muito vantajosas, como rendimentos altos em um curto período de tempo”, explicou Cristian Souza, professor do Idesp (Instituto Daryus de Ensino Superior Paulista) e consultor de Cyber Security da Daryus Consultoria, segundo a “Revista Pequenas Empresas e Grandes Negócios”.
Um perfil na rede social Twitter chega a oferecer uma tabela com valores. Para uma aplicação de R$ 1 mil, o retorno seria de R$ 7.500; para R$ 2 mil, de R$ 15 mil. E sinaliza embaixo: seguro, prático e rápido.
Como se proteger do Urubu do Pix
Para se proteger do novo golpe, é importante tomar algumas precauções, como evitar clicar em links ou anúncios que prometem prêmios, comumente enviados por aplicativos de mensagem ou via SMS.
Para quem acabou caindo no golpe, é recomendável anotar os dados da transação e registrar um boletim de ocorrência na delegacia de polícia. Outra medida para se proteger é evitar publicar informações pessoais ou de trabalho, deixando apenas o essencial em redes específicas, como o LinkedIn.
Nunca aceite ajuda de estranhos, como ligações que oferecem ajuda e oportunidades surreais, pois também são tentativas de golpe. Nunca passe seus dados pessoais e sempre confira os canais oficiais de atendimento.
Por fim, ative a confirmação em duas etapas. Sempre que possível, deixe a verificação ativa nos seus aplicativos, especialmente redes sociais e apps de bancos e contas digitais, de modo que consiga evitar sofrer golpe do pix ou outros.
BC implementa mudanças no Pix
Em 2021, o órgão implementou diversas mudanças nas regras do Pix, com o objetivo de aumentar a segurança do sistema após o aumento expressivo de golpes, sequestros e outros crimes.
Uma dessas alterações estabeleceu que uma operação suspeita de fraude seja retida por bancos em até 72 horas. Além disso, o BC determinou o limite de mil reais para Pix e TED entre pessoas físicas à noite, entre 20h e 6h.
Outro golpe ocorreu com a fintech Superdigital, do banco Santander (SANB11), que sofreu um prejuízo de R$ 13 milhões após um golpe com Pix.