O Goldman Sachs cortou o preço-alvo da ação do Hapvida (HAPV3) de R$ 63 área R$ 59. De acordo com a Bloomberg Línea, o principal motivo foi o aumento de doenças respiratórias, comuns nessa época do ano.
Uma nova onda de doenças respiratórias durante o inverno tem aumentado a frequência do uso de serviços de saúde, o que tente a pressionar as despesas com atendimentos. Por outro lado, a alta do índice de sinistralidade deve conter os resultados das operadoras de saúde no segundo semestre.
Em cidades muito populosas do país há relatos de aumento no número de casos de Covid-19 e infecções respiratórias. As autoridades já confirmaram uma nova variante do vírus causador da Covid na capital do Rio de Janeiro, mas sem sinais e gravidade e nem impacto na eficácia de vacinas e antigripais, disse a notícia da Agência Brasil, citando o Intituto Oswaldo Cruz como fonte.
O corte no preço-alvo representa uma queda de 6%. Apesar disso, o Goldman Sachs mantém a recomendação de compra do papel.
Gustavo Miele, o analista que assinou o relatório do Goldman Sachs, projetou a continuidade na elevação do indicador MLR (Medical Loss Ratio, Taxa de Sinistralidade), que mede o percentual dos custos assistenciais de um plano de saúde em relação às receitas geradas por ele.
Essa métrica é importante porque mostra o quanto do dinheiro arrecadado é efetivamente utilizado para cobrir despesas médicas. “Projetamos um aumento de 270 pontos-base na MLR no segundo trimestre de 2025 (atingindo 71,4%), refletindo uma sazonalidade mais branda devido à maior frequência de procedimentos nesse período”, escreveu o analista.
No primeiro trimestre, a sinistralidade caixa já havia registrado 68,6%, um aumento de 0,7 ponto percentual, tanto na comparação anual quanto em relação ao trimestre anterior.
Caso a MLR no patamar de 71,4% seja confirmada no segundo trimestre, isso significa que a deterioração trimestral será apenas um pouco acima da média pré-pandemia (2017 a 2019), destacou o analista.
“Consideramos que a base comparativa do primeiro trimestre foi anormalmente favorável para os pagadores em geral, sustentada por baixa frequência, o que implica uma margem ligeiramente maior para deterioração da MLR no segundo trimestre”, escreveu Miele.
Mesmo com a piora no índice de sinistralidade, o Goldman Sachs ressaltou que a Hapvida apresenta uma dinâmica de tíquete relativamente saudável, com estimativa de crescimetno de 8% na comparação anual. O banco projeta um lucro líquido ajustado de R$ 1.827 bilhão para o Hapvida em 2025.
Miele chamou a atenção, no entanto, para as provisões provenientes de ações judiciais e para a redução de beneficiários diante de um cenário competitivo desafiador. A expectativa é de redução de 31.000 beneficiários no segundo trimestre, depois da perda de 54,8 mil no primeiro trimestre.
“Como tem ocorrido nos últimos trimestres, ainda acreditamos que os investidores irão priorizar evidências de uma moderação dos impactos sobre a companhia decorrentes da alta judicialização”, observou o analista.