O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu impostos para super-ricos como prioridade e convidou o G20 a assumir “uma nova e ambiciosa agenda de tributação”. Este foi o tom do discurso do ministro nesta quinta-feira (24), na abertura da última sessão da trilha de finanças do G20 em 2024 sob a presidência do Brasil no grupo, que ocorre em Washington, na sede do FMI.
“A desigualdade aumentou dramaticamente em vários países. O Brasil considera esse um tópico particularmente importante. Por isso, defendemos que o G20 assuma uma nova e ambiciosa agenda de tributação. Devemos agir juntos para garantir que os super-ricos paguem sua cota justa em impostos de modo a combater a desigualdade”, afirmou o ministro.
Haddad destacou as ações brasileiras na presidência do G20 em temas como o combate à fome e mitigação das mudanças climáticas.
“Foi uma honra e um prazer servir como presidente da trilha de finanças do G20 e trabalhar com as senhoras e os senhores. Hoje, quero celebrar os resultados que alcançamos juntos em 2024 e passar o bastão para a África do Sul. Dou as boas-vindas à presidência sul-africana com a satisfação que só o trabalho bem-feito pode produzir, mas também ciente de que ainda há muito a ser feito nas próximas décadas. O Brasil continua comprometido em fortalecer a governança econômica global e a cooperação internacional. Contem com o Brasil para continuar apoiando a trilha financeira do G20”, disse o ministro.
A cúpula do G20 deste ano, onde se encontram chefes de Estado e governo, ocorre na cidade do Rio de Janeiro nos dias 18 e 19 de novembro. No evento, o Brasil deve lançar a Aliança contra a Fome e a Miséria.
“Precisamos ter a coragem de reafirmar uma visão generosa do nosso futuro comum enquanto humanidade, unindo o fim da fome e da miséria, o combate a todas as formas de exclusão social, a chance de prosperidade para todos, e o enfrentamento decidido à crise climática. O desenvolvimento de cada um deve ser visto como uma condição para o desenvolvimento de todos”, afirmou.
Haddad também abordou as mudanças climáticas em seu discurso: “trata-se de nada menos que uma ameaça existencial à vida como a conhecemos. Devemos, portanto, focar em aumentar substancialmente o financiamento climático. Precisamos facilitar transições energéticas rápidas e equitativas, compatíveis com a proteção de vidas, meios de subsistência e biodiversidade ao redor do mundo”, pontuou.