O Ibovespa, principal índice do mercado acionário nacional, iniciou o pregão desta quarta-feira (18) em queda, com preocupações fiscais agravadas pela divulgação da Ata do Copom nesta semana. O mercado também acompanha a decisão do Fed (Federal Reserve) sobre os juros dos EUA, a reforma tributária e o pacote fiscal.
Por volta das 10h21 (horário de Brasília) o marcador apresentava uma queda de 0,78%, aos 123.723 pontos.
Por sua vez, o dólar comercial subia 0,70%, cotado a R$ 6,1483.
A aposta do mercado é de uma nova queda de 25pb na taxa de juros dos EUA, para entre 4,25% e 4,50% ao ano, após a decisão do Fed, que vai ser divulgada às 16h (horário de Brasília) desta quarta-feira (18). Às 16h30, o presidente da instituição, Jerome Powell, participa de coletiva de imprensa.
No Brasil, também move o Ibovespa o primeiro projeto de regulamentação da reforma tributária, que foi aprovado no Congresso e segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A Câmara retirou do texto alguns benefícios fiscais e reduções de desoneração propostos pelo Senado.
Outro destaque é o pacote fiscal, cujo primeiro de três projetos foi aprovado pela Câmara nesta terça-feira (17). As outras duas propostas devem ser votadas nesta quarta-feira (18): uma delas determina o teto de 2,5% de valorização real do salário mínimo e muda regras para o BPC; e a outra é uma PEC com medidas complementares.
Mais detalhes sobre o que move o Ibovespa
A decisão sobre os juros do Fed pode dar sinais de mudanças na política monetária dos EUA, com possível pausa nos cortes a partir de janeiro, uma vez que a inflação tem persistido e Donald Trump vai assumir a presidência. Esse potencial endurecimento do Fed coincide com a pressão do dólar no Brasil, impulsionada por questões fiscais.
Sobre a reforma tributária, entre os principais pontos alterados pela Câmara no texto do Senado estão o fim da redução pretendida de 60% em impostos sobre o setor de saneamento e a volta das bebidas açucaradas (inclusive refrigerantes), além de biscoitos e água mineral, para o “imposto do pecado”. Isto é positivo para o fiscal.
O mercado recebe bem a aprovação de um dos projetos do pacote fiscal na Câmara, nesta terça-feira (17). A proposta define gatilhos para o arcabouço fiscal e prevê chances de bloquear até 15% das emendas. A aprovação do texto-base, que precisava de 257 votos para passar, ocorreu com apoio de 318 deputados.
Outro ponto que move o Ibovespa é a LDO, que está sendo analisada pelo Congresso. Seu projeto foi aprovado pela CMO (Comissão Mista de Orçamento) nesta terça-feira (17).
EUA
Os índices futuros de Nova York registram alta nesta manhã, enquanto investidores acompanham a reta final da temporada de balanços corporativos. Antes da abertura dos mercados, General Mills, Birkenstock e Jabil apresentarão seus resultados financeiros, enquanto os balanços de Micron Technology e Lennar serão divulgados após o fechamento.
O mercado imobiliário também estará no radar, com a divulgação de dados importantes. O Census Bureau apresentará as prévias de licenças de construção de novembro, que no relatório anterior totalizaram 1,419 milhão de unidades.
Já o Departamento de Comércio publicará os números de início de construção de novas casas, com expectativa de 1,340 milhão de unidades, acima das 1,311 milhão reportadas anteriormente.
Além disso, o BEA revelará o saldo de transações correntes do terceiro trimestre, após registrar déficit de US$ 266,8 bilhões na última leitura.
Cotação dos índices futuros dos EUA:
Dow Jones Futuro: +0,17%
S&P 500 Futuro: +0,17%
Nasdaq Futuro: +0,19%
Bolsas asiáticas
Na Ásia-Pacífico, os mercados fecharam de forma mista nesta segunda-feira, refletindo o desempenho negativo de Wall Street e a cautela em relação à decisão de juros do Federal Reserve.
Dados comerciais do Japão também chamaram a atenção antes da reunião do Banco do Japão.
Em novembro, as exportações japonesas cresceram 3,8% na comparação anual, superando as projeções de 2,8%, enquanto as importações recuaram 3,8%, contrariando a expectativa de alta de 1%.
Isso resultou em um déficit comercial de 117,6 bilhões de ienes (cerca de US$ 765,2 milhões), acima do previsto.
Shanghai SE (China), +0,62%
Nikkei (Japão): -0,72%
Hang Seng Index (Hong Kong): +0,83%
Kospi (Coreia do Sul): +1,12%
ASX 200 (Austrália): -0,06%
Bolsas europeias
Na Europa, os principais índices operam em alta enquanto investidores aguardam a decisão do Federal Reserve.
No Reino Unido, a inflação anual subiu para 2,6% em novembro, atendendo às expectativas do mercado.
Apesar disso, a alta reduz as chances de um corte de juros pelo Banco da Inglaterra na reunião marcada para quinta-feira, já que em outubro a taxa inflacionária estava em 2,3%.
FTSE 100 (Reino Unido): +0,14%
DAX (Alemanha): +0,09%
CAC 40 (França): -0,01%
FTSE MIB (Itália): -0,15%
STOXX 600: -0,06%