
O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, encerrou esta segunda-feira (15) em alta de 1,24%, aos 162.757,79 pontos. Já o dólar comercial subiu 0,23%, cotado a R$ 5,423.
Mercado reage a dados e juros
O pregão foi marcado por otimismo, em linha com o desempenho positivo das bolsas americanas. Além disso, as expectativas em torno da política monetária seguiram no radar dos investidores.
“Ibovespa sobe em mais um dia animado, acompanhando o ritmo positivo das bolsas dos Estados Unidos. O mercado espera novos cortes de juros por lá, o que ajuda a sustentar o apetite por risco”, afirma Andressa Bergamo, especialista em investimentos e sócia-fundadora da AVG Capital.
Focus e IBC-Br reforçam o cenário
Mais cedo, o Boletim Focus contribuiu para o bom humor do mercado. Segundo Bergamo, a projeção para a inflação de 2025 recuou pela quinta semana consecutiva, passando de 4,40% para 4,36%. Para 2026, a estimativa caiu de 4,16% para 4,10%.
Além disso, o IBC-Br, considerado uma prévia do PIB, surpreendeu negativamente. O índice recuou 0,2% em outubro na comparação mensal, enquanto o mercado esperava alta de 0,10%.
“Na minha avaliação, o dado reforça o desaquecimento da economia. Com isso, o cenário fica mais favorável para cortes de juros no início de 2026”, analisa a especialista.
Dividendos antecipados estimulam compras
Outro fator que ajudou a sustentar a bolsa foi a movimentação das empresas em torno dos dividendos. Segundo Bergamo, muitas companhias anteciparam pagamentos por causa da Reforma Tributária.
“Com a nova regra do Imposto de Renda prevista para 2026, várias empresas optaram por antecipar a distribuição. Como resultado, investidores aproveitaram o movimento para ir às compras”, explica.
Dólar sobe na contramão do exterior
O dólar registrou a segunda alta seguida frente ao real. O movimento, no entanto, ocorreu na direção oposta ao comportamento global da moeda americana.
No exterior, o índice DXY caiu 0,08%, aos 98,32 pontos, frente a uma cesta de moedas fortes.
Agenda concentra atenções
Por fim, o mercado já olha para os próximos indicadores. Nesta semana, entram no radar os dados de Payroll e CPI nos Estados Unidos, considerados essenciais para calibrar as apostas sobre os juros do Fed.
Além disso, os investidores acompanham de perto a ata do Copom, que será divulgada nesta terça-feira (16).
“O mercado segue atento a qualquer sinal, tanto no exterior quanto no Brasil, que possa indicar o início de um ciclo de queda de juros”, conclui Bergamo.
A ata do Copom deve detalhar as discussões que levaram à manutenção da Selic em 15% ao ano.