Setor Imobiliário / Agência Brasil
Setor Imobiliário / Agência Brasil

O setor imobiliário registrou uma redução de 15,38% no número de fusões e aquisições (M&A) nos nove primeiros meses do ano, segundo levantamento da KPMG. Entre janeiro e setembro, foram concluídas 33 operações, contra 39 no mesmo período de 2024.

Apesar da retração, o volume de negócios indica um movimento de maior seletividade dos investidores. Além disso, o cenário reflete custos de financiamento elevados e ajustes no ritmo de novos projetos.

Do total de operações no setor imobiliário, 24 foram domésticas, realizadas entre empresas brasileiras. Outras duas envolveram companhias estrangeiras adquirindo ativos no Brasil, enquanto uma transação ocorreu no exterior.

Segundo Juan Diaz, sócio da KPMG, o movimento não indica enfraquecimento estrutural do setor. Pelo contrário, ele avalia que a demanda por ativos de qualidade sustenta perspectivas positivas, mesmo em um ambiente mais cauteloso.

“A leve retração reflete maior seletividade dos investidores. Ainda assim, há sinais de retomada gradual da confiança no setor”, afirma Diaz.

Brasil tem melhor desempenho no 3T25

No recorte nacional, o terceiro trimestre apresentou o melhor desempenho do ano. Nesse período, o Brasil registrou 425 operações de fusões e aquisições, incluindo 203 envolvendo private equity e venture capital.

Nos trimestres anteriores, o mercado havia fechado 330 negócios no primeiro e 409 no segundo. Com isso, o acumulado de janeiro a setembro chegou a 1.164 operações. O número representa uma queda de apenas 2,6% em relação ao mesmo intervalo de 2024. Esse dado reforça um cenário de relativa estabilidade no mercado brasileiro.

Quando considerados apenas os negócios com fundos de investimento, houve crescimento. Foram 566 operações no período, alta superior a 13% na comparação anual.

Para Paulo Guilherme Coimbra, sócio da KPMG, o ambiente macroeconômico ainda limita uma retomada mais forte. No entanto, o aumento do ticket médio e a maior participação de fundos indicam resiliência.

“O cenário fiscal e as taxas de juros ainda pesam. Mesmo assim, o mercado mostra estabilidade e maior presença de investidores institucionais”, conclui Coimbra.