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JBS na NYSE marca avanço na internacionalização e no plano de expansão

A dupla listagem representa não somente uma mudança de estrutura societária, mas também uma aposta da empresa em atrair investidores

JBS
Foto: JBS/Divulgação

A JBS (JBSS32) deu um passo decisivo em sua estratégia de internacionalização na última sexta-feira (13), quando suas ações começaram a ser negociadas na NYSE (Bolsa de Nova York), após anos de preparação e superação de obstáculos.

A dupla listagem, que mantém a negociação dos BDRs na B3, representa não somente uma mudança de estrutura societária, mas também uma aposta da empresa em atrair investidores globais e reduzir a distância que avalia ter em relação às concorrentes internacionais, como a Tyson Foods.

O mercado já precificava a listagem nos EUA, mas agora o foco se volta para os próximos passos. A avaliação é de Leonardo Alencar, analista de Agro, Alimentos e Bebidas da XP Investimentos.

“A listagem só termina, de fato, em dezembro de 2026, quando teremos clareza sobre o free float e a liquidez. Até lá, o preço da ação ainda reflete mais o fluxo desse processo do que os fundamentos da empresa”, afirmou ele, segundo o Money Times.

Fundamentos da JBS e o Mercado Global

Contudo, os fundamentos são um dos principais trunfos da JBS na conquista do mercado global. Com diversificação geográfica e de proteínas, a companhia reduziu a volatilidade de seus resultados — um ponto-chave para investidores.

Agora, o desafio é convencer o mercado norte-americano de que merece múltiplos mais altos. Enquanto a JBS opera a cerca de 4,5 vezes EV (valor de mercado)/Ebitda, a Tyson Foods negocia a 6 vezes, e a Hormel, focada em processados, a 12 vezes. A expectativa da empresa é que, ao se aproximar dos investidores internacionais, ocorra uma reavaliação gradual do seu valor de mercado.

Projeções do Bradesco BBI apontam para um potencial de valorização de 50% a 149%, caso a JBS se aproxime dos múltiplos de suas pares globais.