Apesar do ceticismo de analistas, Luiz Barsi compra ações e já detém mais de 1,5% do IRB

O bilionário afirmou, através de um documento, que as compras foram feitas depois de “minuciosas análises estruturadas em fundamentos consistentes”

Apesar do ceticismo da parte dos analistas de mercado, a tese de reconstrução do IRB, após a forte turbulência ano passado, acabou conquistando o apoio de Luiz Barsi Filho. As informações são da InfoMoney.

Barsi, um dos maiores investidores individuais da B3, por meio das aquisições de ações feitas ao mercado, chegou a uma participação superior a 1,5% no capital social da companhia.

Ao InfoMoney, o bilionário afirmou, através de um documento,  que as compras foram feitas depois de “minuciosas análises estruturadas em fundamentos consistentes” e após um trabalho de reestruturação feita pelo ex-CEO, Antonio Cassio dos Santos. O executivo deixou o cargo em março de 2021, um ano após assumir o comando da resseguradora em meio a uma crise de confiança que abalou a empresa e fez o papel cair mais de 70% no ano passado.

Ano passado, os papéis cairam em meio a alegações da gestora Squadra de uma série de inconsistências no balanço da companhia, além da notícia falsa de que Warren Buffett teria comprado ações da empresa, informação que foi negada posteriormente pela Berkshire Hathaway, do megainvestidor americano, aumentando a uma crise de credibilidade para a companhia e levando à saída de importantes executivos.

Ainda segundo Barsi, desde então, Santos promoveu uma reestruturação sem precedentes na empresa, recolocando-a novamente na trajetória de resultados positivos.

A companhia divulgou nesta quarta-feira (21), os seus dados referentes ao mês de maio, resultando em um lucro líquido de R$ 7,5 milhões, revertendo prejuízo de R$ 202,1 milhões registrado um ano antes.

Sem contar com os efeito dos negócios descontinuados (run-off) e dos eventos não recorrentes (one-offs), o lucro seria de R$ 51,4 milhões.

Ainda em maio, o prêmio emitido somou R$ 585,9 milhões, queda de 26,1% ano a ano, sendo R$ 388,2 milhões no Brasil (+33%) e R$ 197,7 milhões (-60,6%) no exterior. O prêmio ganho totalizou R$ 498,1 milhões, queda de 9%.

Em análise do Credit Suisse, os dados foram positivos e se comparam favoravelmente a abril, quando o IRB registrou prejuízo líquido de R$ 48,9 milhões, principalmente devido a uma melhora da sinistralidade.

O índice de sinistralidade caiu para 73,2% em maio, de 126,7% um ano antes. A despesa de sinistro caiu 47,4%, para R$ 364,4 milhões.

Durante a manhã desta quarta, os papéis IRBR3 chegaram a subir quase 6% repercutindo os dados, a R$ 5,86. Após a notícia, os ganhos se intensificaram e, às 15h50 (horário de Brasília), os ativos avançavam 7,59%, a R$ 5,95. 

Luiz também destacou ao InfoMoney que os papéis estão atrativos e que pode aumentar posição, tendo como um balizador o preço pago pelos principais acionistas Bradesco e Itaú de R$ 6,93 por ativo IRBR3 por eles durante aumento de capital realizado em 2020. Ainda para ele, esse ceticismo dos analistas de mercado acontece por uma visão “imediatista”, destacando ter uma visão mais de longo prazo para os papéis.

Basi apontou que está “vibrando” com a forma em que as ações do IRB estão sendo pressionadas, já que possibilita a compra dos ativos por “preços bem vantajosos”. Para o investidor, “isso se deve ao fato da Bolsa permitir locações gigantescas, que são direcionadas para o mercado no sentido de pressionar os preços para permitir recompras vantajosas”, fazendo críticas assim às posições vendidas (que apostam na queda dos ativos) de investidores no mercado.

Para Barsi, o valor atual de mercado do IRB é de aproximadamente R$ 6,9 bilhões, bem menos do que o caixa disponível.