Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, maior banco dos EUA, fez um alerta desanimador para os investidores nesta quarta-feira (01). De acordo com o norte-americano, um “furacão econômico” está se aproximando, provocado pela guerra entre Rússia e Ucrânia e pela reversão dos estímulos financeiros criados pelo Fed (Federal Reserve, o Banco Central norte-americano). Os comentários foram feitos em conferência patrocinada pela Alliance Bernstein Holdings.
“Eu disse primeiro que há nuvens de tempestade, mas vou mudar o termo. É um furacão. É melhor você se preparar. O JP Morgan está se preparando e seremos muito conservadores com nosso balanço”, disse Dimon. O CEO afirmou que, embora as condições pareçam favoráveis no momento, ninguém sabe ainda se o furacão será “pequeno ou um Furacão Sandy”.
A fala de Dimon coincide com a entrada do chamado “aperto quantitativo”, nova política pela qual o Fed começará a reduzir seu balanço. O Banco Central norte-americano tem cerca de US$ 9 trilhões em títulos em carteira, mas vai começar a reduzir esse colchão em US$ 47,5 bilhões por mês. Em setembro, o ritmo subirá para US$ 95 bilhões.
Os economistas do JP Morgan reduziram no mês passado suas perspectivas de crescimento para o segundo semestre de 2022 de 3% para 2,4%. Além disso, reduziram também as estimativas para o primeiro semestre de 2023 para 1,5% de 2,1% e para o segundo semestre de 2023 para 1% de 1,4%.
Dimon ainda fez estimativas sobre o preço do barril de petróleo. De acordo com o economista, o petróleo subirá para US$ 150 ou até mesmo US$ 175.
Os comentários do presidente executivo da JP Morgan vieram um dia depois de o presidente dos EUA, Joe Biden, se reunir com o chair do Federal Reserve, Jerome Powell, para discutir uma inflação que está pairando em máximas de 40 anos.