A Coinbase enviou, na última quarta-feira (11), um documento de 142 páginas para a SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos), informando que os criptoativos dos clientes poderiam ser considerados de propriedade da empresa, em caso de uma possível falência.
“Os criptoativos mantidos sob custódia podem ser considerados propriedade de uma massa falida, em caso de falência, os criptoativos que mantemos sob custódia em nome de nossos clientes podem estar sujeitos a processos de falência e tais clientes podem ser tratados como nossos credores gerais”, informou a Coinbase no documento.
A companhia, que é uma das maiores exchanges de criptomoedas do mundo, divulgou seus resultados nesta semana. No primeiro trimestre, a Coinbase teve prejuízo líquido de US$ 430 milhões. Os analistas de Wall Street estimavam perdas líquidas de US$ 47 milhões. As receitas da companhia registraram queda de 35% na comparação com o mesmo período do ano anterior, para US$ 1,2 bilhão.
A empresa de capital aberto tem visto suas ações derreterem. Desde o IPO (oferta pública inicial de ações), realizado em abril de 2021, os papéis da empresa já tiveram queda acumulada de 80%.
Veja também: Filho de “Buffett brasileiro”, Luiz Barsi Neto vê criptomoedas como “negócio para o futuro”
Com o rebuliço causado pelo envio do documento da Coinbase à SEC e os dados divulgados em seu relatório, Brian Armstrong, CEO da plataforma de criptomoedas, se pronunciou em uma tentativa de acalmar os ânimos dos investidores. Segundo Armstrong, os valores que os clientes possuem na exchange estão protegidos, “como sempre estiveram”.
Além disso, Armstrong disse que a Coinbase não corre risco de ir à falência e que é improvável que os valores que os clientes possuem na exchange sejam tomados pela companhia. “É possível, embora improvável, que um tribunal decida considerar os ativos do cliente como parte da empresa em processos de falência, mesmo que prejudiquem os consumidores”, afirmou o executivo.