Ibovespa recua quase 4% e marca maior queda em seis meses

O dólar comercial fechou em alta de 2,89% a R$ 5,32

Marcando sua maior queda diária em seis meses, o Ibovespa recuou quase 4% nesta quarta-feira (8) em meio aos desdobramentos das manifestações de 7 de Setembro. O evento, que contou com a presença de mais de 400 mil apoiadores do presidente Jair Bolsonaro nas principais cidades brasileiras, refletiu em preocupações com a pauta econômica frente a já existente tensão político-institucional.

O feriado do Dia da Independência foi marcado por novos ataques do presidente Jair Bolsonaro aos ministros da Suprema Corte Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), além de criticar Luiz Fux, presidente da Corte.

Após as falas, Fux declarou sua resposta a Bolsonaro hoje. Após o presidente dizer na véspera que não seguirá decisões de Moraes, o ministro afirmou que incitação ao não cumprimento de decisões judiciais é “crime de responsabilidade” que deveria ser analisado pelo Congresso.

Já Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, indicou que pretende agir como ponte de pacificação entre os poderes Judiciário e Executivo. Segundo ele, “não há receita para superar uma grave crise socioeconômica sem esses elementos”. 

Segundo Lira, “não há receita para superar uma grave crise socioeconômica sem esses elementos”. 

Ainda na política, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), suspendeu todas as sessões do plenário e de todas as comissões.

No exterior, o desempenho da maioria das bolsas internacionais foi negativo frente a uma quebra na confiança de recuperação da economia global.

A percepção reflete o Relatório de Emprego dos Estados Unidos divulgado na semana passada, que frustrou o mercado ao relatar a criação de 235 mil vagas em agosto contra as 750 mil esperadas.

Bolsa

O Ibovespa despencou 3,78%, a 113.412 pontos com volume financeiro negociado de R$ 36,453 bilhões.

Dólar

O dólar comercial fechou em alta de 2,89% a R$ 5,325 na compra e a R$ 5,326 na venda.

Índice pela tarde

Às 15h10 (horário de Brasília), o principal benchmark da bolsa registrava baixa de 2,72%, a 114.657 pontos. O dólar comercial avançava 2,08% a R$ 5,28.

Ibovespa ao meio-dia

Às 12h27 (horário de Brasília), o Ibovespa tinha queda de 2,75%, a 114.633 pontos. O dólar comercial operava em alta de 2,38% a R$ 5,30.

No início da tarde desta quarta-feira (8), o Ibovespa itensificou a queda diante dos temores dos investidores em relação ao cenário político, que repercute a radicalização do discurso do presidente Jair Bolsonaro, que declarou nesta terça (7) que não vai mais cimprir decisões do Supremo tribunal Federal. 

Como foi a abertura do Ibovespa?

Às 10h05 (horário de Brasília), o Ibovespa tinha queda de 0,57%, a 117.197 pontos. O dólar comercial operava em alta de 0,59% a R$ 5,20.

Nesta quarta-feira (8), o Ibovespa opera em queda com investidores atentos ao cenário político diante das manifestações do 7 de setembro. Especialistas dizem que as movimentações dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro pode atrapalhar decisões de pautas importantes, como o pagamento de precatórios (veja mais aqui). 

Analistas, consultados pelo Valor Econômico, afirmam que o aumento das tensões, causadas pelas manifestações, pode piorar a percepção de risco dos investidores, “especialmente dos riscos fiscais”.

Pré abertura da Bolsa

Com a semana reduzida, o Ibovespa encerrou em alta na segunda-feira (6) em meio a cautela de investidores por conta do feriado do Dia da Independência, que ocorreu na terça-feira (7), levando a não abertura da Bolsa Brasileira (B3).

Na sessão desta quarta-feira (8), o noticiário político deve repercutir os discursos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em que fez ameaças ao Supremo Tribunal Federal (STF).

No exterior, as bolsas europeias iniciam o pregão em baixa, assim como os índices futuros norte-americanos. Já na Ásia, as bolsas têm desempenhos variados entre si.

Nos EUA, na véspera, o índice S&P recuou 0,3%, em dia com poucas negociações; o Dow caiu 260 pontos; e o Nasdaq subiu menos de 0,1%.

Até o momento, setembro é o mês mais fraco do ano. Nesta quarta-feira, o Departamento de Emprego dos Estado Unidos divulgará sua pesquisa sobre Abertura de Vagas e Rotatividades de Mão de Obra. Por lá, o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) lançará seu Livro Bege, que trata da economia dos 12 distritos.

O clima na Europa é de tensão quanto a recuperação econômica e a ressurgência de casos de Covid-19.

O índice Stoxx 600, que reúne ações de 600 empresas de todos os principais setores de 17 economias europeias, recua 1,3%.

Ainda na zona do euro, investidores aguardam o resultado da reunião do Banco Central Europeu (BCE), num momento em que há uma alta na inflação e indicadores econômicos positivos, levando a ser considerada a redução de estímulos por parte das autoridades monetárias europeias, informações foram colhivas do Infomoney.

Na Ásia, a economia do Japão avançou 1,9% entre abril e junho, em comparação com resultado de um ano antes.
 
Confira os principais índices às 7h45:
 
ÁSIA
Nikkei 225 [+0,89%]
S&P/A SX 200 [-0,24%]
Hang Seng [-0,12%]
Shanghai [-0,04%]
 
EUROPA
DAX [-0,68%]
FTSE 100 [-0,46%]
CAC 40 [-0,40%]
SMI [-0,84%]
 
ÍNDICES FUTUROS EUA
US 30 [-0,02%]
US 500 [-0,02%]
US Tech 100 [-0,07%]
US 200 [-+0,02%]
 
COMMODITIES
Ouro [+0,17%] US$ 1.801,85
Prata [+0,29%] US$ 24,405
Cobre [-1,22%] US$ 4,2293
Petróleo WTI [+1,27%] US$ 69,19
Petróleo Brent [+1,05%] US% 72,44