A estagflação está voltando a assustar os investidores, com o temor atingindo o maior patamar desde a crise financeira de 2008, aponta pesquisa mensal feita com gestores de fundos realizada pelo Bank of America (BofA). Estagflação se refere a um período de desaceleração da atividade econômica e inflação combinadas.
Leia também: Banco Mundial reduz previsão para o PIB global e fala em “estagflação”
Enquanto isso, as expectativas de lucro global também caíram para os níveis de 2008. Os estrategistas do BofA apontaram que as baixas anteriores ocorreram durante crises de Wall Street, como a falência do Lehman Brothers e o estouro de bolhas econômicas.
A pesquisa, que entrevistou 266 participantes com um total de US$ 747 bilhões sob gestão, foi encerrada na semana do dia 10 de junho, antes mesmo da divulgação dos dados de inflação dos EUA, que alertaram os mercados para uma provável continuação do aperto monetário no país.
Na sexta-feira (10), foi divulgado que o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) norte-americano subiu 1% em maio, alcançando os 8,6% em doze meses, o que representa o maior nível desde dezembro de 1981.
De acordo com a pesquisa do BofA, 73% dos entrevistados esperam uma economia mais fraca nos próximos 12 meses. Em termos de posicionamento, os agentes financeiros estão alocando seus investimentos em dólar americano, commodities, saúde, ações de alta qualidade e valor. Na outra ponta, títulos, ações europeias e de mercados emergentes, tecnologia e ações de consumo estão sendo vendidas.
Leia também: PIB dos EUA tem queda de 1,5% no 1º trimestre de 2022
Os resultados vão de acordo com o comportamento dos índices de Wall Street nesta semana. No aguardo da decisão do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano) acerca do aumento da taxa de juros nos EUA, as bolsas tiveram dia sangrento na segunda-feira (13), com os três índices de Nova York registrando fortes quedas durante o pregão.
Além de apontar o receio com a estagflação, a pesquisa também registrou os maiores riscos para os mercados entre os investidores. Os bancos centrais hawkish (postura econômica adotada quando há intenção de aumentar as taxas de juros) foram vistos como o maior risco, enquanto a recessão global veio logo em seguida.