Ex-OAS: novos donos não pagam por ativos, mas arcarão com dívidas

A KPE, antiga OAS, já havia sido vendida no mês anterior, conforme antecipou o BPMoney

A OAS foi vendida a custo zero para compradores ainda não identificados e não faz mais parte do portfólio da família Matta Pires. O BPMoney havia antecipado no mês passado que, segundo uma fonte, a KPE (a construtora) foi vendida para um grupo com nome ainda desconhecido.

Apesar de não ter desembolsado nem um centavo para adquirir a construtora, os novos donos terão que arcar com as dívidas da empresa, aponta a coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo. De acordo com o colunista, já em agosto , vai vencer um débito de R$ 42 milhões.

O BP Money também apurou que a KPE, à época, realizou diversas demissões, além de acumular mais de três meses de salários atrasados. A Metha, nome atual da antiga OAS holding, também foi vendida em março.

Kpe Engenharia foi criada pela antiga empreiteira OAS

Em busca de apagar o histórico de envolvimento com esquemas de corrupção revelados pela Operação Lava Jato, a empreiteira OAS mudou seu nome no início de 2021, quando passou a se chamar Metha para, em seguida, criar a construtora KPE Engenharia.

A OAS foi uma das principais empreiteiras envolvidas no escândalo de propinas a políticos e diretores da Petrobras em troca de contratos com a estatal.

Em novembro de 2019, o grupo OAS assinou um acordo de leniência com a Advocacia-Geral da União (AGU) e a Controladoria Geral da União (CGU), no qual aceitou pagar R$ 1,92 bilhão até 2047. Os valores serão destinados à União, no valor de R$ 1,03 bilhão, e às “entidades lesadas” (empresas estatais).

Em março de 2020, a Justiça de São Paulo decretou o fim do processo de recuperação judicial da OAS. O grupo havia iniciado o processo em abril de 2015, na esteira dos desdobramentos da Lava Jato.