Os analistas da D.A. Davidson rebaixaram a recomendação das ações da Microsoft (MSFT34) nesta segunda-feira (23), de “compra” para “neutra”, mantendo o preço-alvo em US$ 475.
A companhia apontou o aumento da concorrência no setor de IA como razão para a revisão, destacando que os concorrentes alcançaram, em grande medida, as capacidades de IA da Microsoft, “o que diminui a justificativa para sua atual avaliação premium”.
As ações da gigante de tecnologia registraram uma alta de 92% desde janeiro de 2023, superando o avanço de 49% do S&P 500 no mesmo intervalo.
A Microsoft se destacou como líder nos negócios de nuvem e geração de código, sendo uma das pioneiras na adoção e comercialização da IA generativa. Esse sucesso é amplamente atribuído ao investimento inicial na OpenAI e à rápida integração de funcionalidades em suas plataformas Azure e GitHub.
No entanto, a D.A. Davidson agora avalia que a liderança da Microsoft está enfraquecendo, uma vez que Amazon Web Services (AWS) e Google Cloud Platform (GCP) alcançaram taxas de crescimento semelhantes e estão reduzindo a diferença em relação à adição de novos negócios de nuvem.
“Nossa nova análise proprietária de semicondutores de hiperescala sugere que AWS e GCP estão bem à frente na implantação de seus próprios chips em data centers, o que pode conferir-lhes uma vantagem significativa sobre o Azure no futuro”, afirmaram os analistas.
Chips da Microsoft
Os chips Maia da Microsoft ainda estão anos atrás dos desenvolvidos pela Amazon e Google, sendo atualmente utilizados apenas para executar cargas de trabalho do Azure OpenAI Services.
Essa limitação coloca a Microsoft em uma posição desafiadora diante da crescente concorrência no setor de data centers.
A dependência da Microsoft em relação à NVIDIA para suas operações de data center é considerada uma fraqueza potencial, pois pode levar a uma transferência de valor dos acionistas da Microsoft para os da NVIDIA.
A empresa também enfrenta uma redução na margem operacional, devido ao aumento nos gastos de capital com data centers, que subiram de 12% para 21% da receita.
“Esse é um aumento de taxa maior em comparação com Amazon e Google, resultado da maior dependência da Microsoft em relação à NVIDIA”, destacam os analistas.
“A cada ano, o excessivo investimento da Microsoft nessas taxas pode reduzir as margens em pelo menos um ponto percentual de forma acumulativa. Para compensar a pressão sobre as margens, a Microsoft precisaria dispensar aproximadamente 10.000 funcionários por ano de investimento excessivo.”
Além disso, analistas expressaram preocupações sobre a qualidade do crescimento da receita do Azure, sugerindo que ela pode estar sendo artificialmente impulsionada pela receita autofinanciada da OpenAI.
O investimento da Microsoft na OpenAI, que opera exclusivamente no Azure, pode ser interpretado como uma receita de menor qualidade, desempenhando um papel significativo na recente aceleração do Azure.
Ao mesmo tempo, a competição nas ferramentas de geração de código se intensificou, com Amazon e Gitlab alcançando as capacidades do GitHub Copilot, enquanto o Cursor surge como um novo padrão no setor.