Ao tarifaço dos EUA

Moody’s cita Brasil, México e Chile entre mais expostos

Exposição da região são mais expostos ao mercado americano em meio à guerra tarifária que pares como Ásia-Pacífico e Europa

Economia em risco
(Foto: EUA/CanvaPro)

Um levantamento da Moody’s com cerca de 3,5 mil empresas não financeiras com rating em todo o mundo mostra que companhias latino-americanas enfrentam maior exposição aos riscos relacionados às tarifas dos EUA que empresas da Ásia-Pacífico e Europa.

A exposição foi classificada como alta, moderada ou baixa, com base em três canais: comércio, condições macroeconômicas e mercados financeiros.

Segundo o relatório, riscos relacionados às tarifas teriam efeitos limitados na qualidade do crédito da maior parte das empresas não financeiras da América Latina com rating. Só 9% delas estão expostas diretamente ao comércio, enquanto 21% apresenta alta exposição a choques macroeconômicos e 10% alta exposição à volatilidade do mercado financeiro.

Nesse cenário, México, Brasil e Chile são os principais impactados. 

De acordo com a Moody’s, o México tem a maior exposição às tensões americanas, com 76% das exportações indo ao país vizinho. Os setores automotivos e de energia são os dois com mais alto risco relacionado ao comércio com os EUA. No caso do Brasil, são os setores de aviação civil, automotivo, químico, metais e mineração, que mais seriam afetados com as relações comerciais inflamadas.

O México conseguiu, ao menos, prorrogar a implantação do novo valor por 90 dias, enquanto negocia um acordo e tem tarifas variáveis por produto, incluindo algumas isenções, imposto de 10% para potássio, 50% para o aço e alumínio e uma base de 25% para as demais.

No caso do Brasil, produtos importados pelos EUA seguem com 50% de tarifas, porém 694 itens acabaram entrando numa lista de exceção, incluindo aeronaves e suas peças, petróleo e suco de laranja. O Chile se destaca pela alta exposição macroeconômica, especialmente nos setores de metais, químicos e produtos florestais.

“Empresas com alta exposição englobam vários setores, incluindo o grupo mexicano de mineração, Fresnillo, a fabricante brasileira do setor aeroespacial, Embraer, e a produtora agrícola, Camposol, do Peru”, diz o relatório sobre companhias da região. 

A Embraer, no entanto, se beneficia da isenção ao setor aeroespacial.