Os mercados dos EUA estão vivendo seus piores dias desde a pandemia da Covid-19. Porém, mesmo a perda dos 2,2 mil pontos do Dow Jones, seu maior declínio desde junho de 2020, a queda de 10% do S&P 500 e de 12% do Nasdaq em 48 horas não vão parar as medidas tarifárias de Donald Trump, segundo o próprio.
Em meio à política do republicano, que aplicou tarifas de 34% sobre a China e de até 49% a outros países, decisões de retaliação vieram por parte do país asiático, que passará a taxar importados dos EUA também em 34%, o que pode inspirar outros países a fazerem o mesmo. No entanto, o presidente norte-americano não parece assustado com isso.
Em uma mensagem em letras maiúsculas em sua plataforma de mídia social Truth Social, Trump mandou aos investidores o recado de que não irá recuar em suas medidas.
“PARA OS MUITOS INVESTIDORES QUE ESTÃO CHEGANDO AOS ESTADOS UNIDOS E INVESTINDO GRANDES QUANTIDADES DE DINHEIRO, MINHAS POLÍTICAS NUNCA MUDARAM”, escreveu o republicano.
Trump defende que sua guerra tarifária — que começa sábado (5), com taxas gerais de 10% e impostos mais altos para mercados específicos a partir da próxima semana — irá gerar empregos na indústria norte-americana e arrecadará trilhões de dólares para o governo federal, segundo o site “Seu Dinheiro”.
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Trump: tarifaço faz ‘Sete Magníficas’ perderem US$ 1,8 tri em valuation
Após as turbulências dos últimos dias com as tarifas recíprocas anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, o valor de mercado de empresas listadas nas bolsas norte-americanas encolheu em US$ 6,08 trilhões nos dois últimos pregões, segundo dados da consultoria Elos Ayta. Desde a posse de Trump, as companhias acumularam uma perda de cerca de US$ 9,81 trilhões em valor de mercado, de acordo com o estudo.
No pregão desta sexta-feira (4), as ações das chamadas “Sete Magníficas” — Microsoft (MSFT34), Tesla (TSLA34), Nvidia (NVDC34), Apple (AAPL34), Amazon (AMZO34), Meta (M1TA34) e Alphabet (GOGL34)— perderam juntas US$ 802 bilhões, uma retração menor do que a registrada no dia anterior, quando o tombo foi de US$ 1,03 trilhão. No acumulado dos dois últimos dias, a perda soma US$ 1,83 trilhão, elevando para US$ 4,26 trilhões a desvalorização desde o início do novo governo.
Entre as maiores quedas, a Nvidia despencou US$ 183 bilhões no dia 4, com recuo de 7,4%, acumulando uma baixa de US$ 1,07 trilhão desde janeiro. A contração ocorre em meio a temores de atraso no lançamento do hardware Blackwell da empresa. Segundo o InfoMoney, Apple e Microsoft também registraram perdas expressivas, de US$ 533 bilhões e US$ 515 bilhões, respectivamente, no acumulado do ano.
A Apple caiu 7,3%, penalizada pela dependência da fabricação chinesa. A Tesla derreteu 10,5% após a retaliação chinesa, ampliando a queda para quase 40% no ano.
