Apple mostra que recuperação da crise de chips será difícil

Apesar de algumas peças só custarem centavos, escassez de chip atinge escala global

Está cada vez maior o número de empresas que estão enfrentando problemas para adquirir semicondutores, chips responsáveis pela comunicação interna de equipamentos eletrônicos, que atinge diversos setores do mercado tecnológico, desde criação de carros, smartphones ou até um eletrodoméstico. A Apple é uma das empresas que resiste à escassez global de chips.

O CEO da Apple, Tim Cook, afirma durante teleconferência “Tem sido difícil obter todo o conjunto de peças”.

Nesta última terça-feira (27), a Apple disse que o déficit deve levar a uma menor taxa de crescimento neste trimestre e que a situação tende a piorar.

Nesta quinta-feira (29), a  principal fornecedora de monitores de alta qualidade para a Apple, Samsung Electronics, alertou que a escassez de componentes pode afetar as entregas para clientes nos próximos meses.

A dificuldade é encontrar o conjunto de peças e processadores específicos, pois os aparelhos modernos dependem de uma variedade de peças diferentes, sendo que algumas custam apenas alguns centavos.

O problema da indústria de chips e cada vez mais de empresas fora do setor de tecnologia, como montadoras, é que não há drivers de vídeo (com custo de 1 dólar) suficientes para todos. As empresas que os fabricam não conseguem acompanhar o aumento da demanda, por isso, os preços dispararam. Isso contribui para a escassez e aumenta os custos de painéis de cristal líquido, componentes essenciais para a fabricação de televisores e laptops, bem como carros, aviões e refrigeradores de última geração.

Segundo o banco Goldman Sachs, 169 indústrias americanas usam componentes elétricos em seus produtos, e isso pode significar um déficit médio de 20% de chips de computadores. De acordo com a instituição, alguns insumos usados na deles podem ficar em falta até, pelo menos, o início de 2022