Em queda livre, o Ibovespa encerrou a sessão de quinta-feira (23) na casa dos 98 mil pontos. Porém, o buraco parece ser mais embaixo, e um olhar geral sobre a Bolsa mostra que a perda de valor tem sido generalizada.
Em 21 de outubro de 2022, poucos dias antes do resultado do segundo turno das Eleições presidenciais, as empresas brasileiras possuíam juntas um valor de mercado de R$ 4,35 trilhões, número que se aproxima hoje de R$ 3,7 trilhões.
A maior queda ainda segue com a Petrobras (PETR3;PETR4), que já perdeu R$ 180 bilhões em valor de mercado dada a expectativa de revisão em sua política de preços.
De acordo com o “BlockTrends”, outras empresas, ligadas ao setor de varejo e consumo, têm sido afetadas pelas taxas de juros.
Com grande participação de empresas financeiras e de commodities, a bolsa brasileira têm se destacado negativamente em relação a seus pares globais, puxada pela queda no preço do minério de ferro e petróleo.
Em dólares, o Ibovespa está sendo cotado a 18,5 mil pontos, valor abaixo de 2018 e menos da metade em relação ao high em 2008 (nos 43 mil pontos).
Outro fator relevante está na relação Preço/Lucro, com a bolsa permanecendo abaixo de 5 vezes. Na prática, isto significa que os investidores temem por uma piora no lucro das empresas, ou veem pouca perspectiva de crescimento.
Ibovespa opera em alta e recupera os 98 mil pontos
O Ibovespa opera em alta nesta sexta-feira (24). Por volta das 14:05 (de Brasília), o índice avançava 0,91%, aos 98.817 pontos. Já o dólar cai 0,82%, cotado a R$ 5,24.
No cenário local, o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15), divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira, desacelerou para 0,69% em março, mas permanece acima do esperado.
No exterior, o cenário econômico segue turbulento em vários países da Europa, com o clima de aversão ao risco ainda mexendo com os mercados europeus após a crise de confiança com o setor bancário.
Nesta manhã, as ações do banco alemão Deutsche Bank chegaram a cair mais de 10%, após os swaps de inadimplência do banco, que protegem contra calotes, atingirem o nível mais alto em quatro anos.