Irmãos suspeitos de fugirem com R$ 18 bi em bitcoins relatam ameça de morte

Raees e Ameer pagaram aproximadamente R$ 680 mil por cidadania de uma ilha no Oceano Pacífico

Os irmãos Raees Cajee, 21 anos, e Ameer Cajee, 18 anos, acusados de fugirem com US$ 3,6 bilhões (cerca de R$ 18,6 bilhões) em bitcoins, relataram que estão sendo intimidados. De acordo com o site Bitcoin Angola, o cofundador da Africrypt, Raees Cajee, disse em entrevista ao The Wall Street Journal, em 28 de julho, que ele e o seu irmão desapareceram porque estão recebendo ameaças de morte de pessoas poderosas e muito perigosas.

Os irmãos Cajee recentemente compraram cidadania de Vanuatu, uma ilha remota localizada no Oceano Pacífico, que permite acesso livre para o Reino Unido e a União Europeia. Cada licença para viver na ilha custou aproximadamente R$ 680 mil, porém a compra do visto na jurisdição não é legal.

Raees e Ameer são os fundadores da Africrypt, a maior corretora de moedas da África do Sul, e sumiram após terem noticiado que a empresa sofreu um ataque cibernético em abril deste ano, período em que o bitcoin atingiu sua máxima histórica. Eles ainda teriam pedido para que os investidores da plataforma não relatassem o ocorrido às autoridades, pois isso “desaceleraria” o processo de recuperação do valor desaparecido.

Alguns dos investidores contrataram um escritório de advocacia para que o caso fosse apurado. Durante a investigação, foi descoberto que alguém havia retirado os fundos reunidos da Africrypt das contas locais e carteiras de clientes onde as moedas originalmente estavam e transferiram de maneira difícil de rastrear o paradeiro. 

Em relação às acusações, Raees negou que eles tenham sumido com a quantia e explicou que a Africrypt administrou apenas US$ 200 milhões durante a alta de abril e que após o ataque virtual somente US$ 5 milhões foram contabilizados.

A África do Sul não reconhece as criptomoedas como um produto financeiro legítimo, o que dificulta a possibilidade do governo realizar uma investigação formal. Porém, os investidores da plataforma alegam que as autoridades policiais do país estão ajudando. A Africrypt atuava em todo continente e tinha parcerias importantes na Ásia, Oriente Médio e Europa.