A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) publicou os dados econômico-financeiros referentes ao quarto trimestre de 2023 (4T23). Conforme as informações financeiras fornecidas pelas operadoras de planos de saúde à ANS, o setor registrou um lucro líquido de R$ 3 bilhões ao longo de 2023.
Esse resultado representa aproximadamente 1% da receita total acumulada no período, a qual foi superior a R$ 319 bilhões. Isto é, para cada R$ 100 de receitas, o setor obteve cerca de R$ 1 de lucro ou sobra.
O desempenho econômico-financeiro do setor em 2023 representa o melhor resultado desde o início da pandemia de Covid-19.
Os resultados líquidos do ano foram positivos para todas as categorias: as administradoras de benefícios registraram um lucro de R$ 406,4 milhões; as operadoras exclusivamente odontológicas, de R$ 652,8 milhões; e as médico-hospitalares, de R$ 1,93 bilhão.
Resultado operacional negativo
As operadoras médico-hospitalares, que representam o principal segmento do setor, encerraram o ano com um resultado operacional acumulado negativo de R$ 5,9 bilhões. No entanto, o resultado do quarto trimestre isoladamente é o melhor de um trimestre desde 2021.
Esse prejuízo operacional foi compensado pelo resultado financeiro recorde de R$ 11,2 bilhões, principalmente proveniente da remuneração das aplicações financeiras. Ao final do período, essas aplicações acumularam um montante de quase R$ 111 bilhões.
O diretor de Normas e Habilitação da ANS, Jorge Aquino, afirmou que os resultados superaram as projeções feitas para o setor.
“Se em 2022 foi registrado prejuízo na casa de R$ 530 milhões no segmento médico-hospitalar, 2023 trouxe lucro de R$ 1,9 bilhão. Inclusive, poderíamos até mesmo ter números melhores, mas houve ajustes contábeis significativos em operadoras maiores que tiveram impacto nos resultados gerais”, afirmou Aquino.
Aquino complementa que a ANS tem acompanhado as dificuldades enfrentadas pela gestão das operadoras.
“Por isso, reforçamos que é necessária uma revisão do modelo de gerenciamento e de atendimento, para que elas possam entregar melhores serviços com melhor aproveitamento de todos os seus recursos. Não é uma fórmula fácil, mas as operadoras precisam buscar equacioná-la”, avaliou.