Para atrair clientes, mercado imobiliário deve apostar na disrupção

As rápidas mudanças implementadas no ramo de negócios e serviços, impulsionadas pela novas ferramentas digitais, como a Inteligência Artificial, bem como pela urgência das pessoas, vem transformando o mercado imobiliário aos poucos. Mercado esse ainda muito tradicional e conservador, mas que aos poucos está mudando a sua visão.

Vivemos em um momento em que as pessoas estão com cada vez mais acesso a diferentes aplicativos e tecnologias, e por isso têm cada vez menos tempo disponível para cada atividade que desempenham. Assim, é vital entregar serviços simples e altamente assertivos, a fim de se destacar em meio à concorrência.

No mercado imobiliário, a estratégia fundamental para atingir esse objetivo tem sido investir pesado na tecnologia, disponibilizando ferramentas que, ao mesmo tempo, sejam capazes de ‘captar’ de forma assertiva as necessidades dos clientes e oferecer opções cada vez mais direcionadas ao seu perfil. Tudo isso facilitando ao máximo a vida do usuário para que ele consiga, já em uma primeira busca on-line, obter uma lista de imóveis que realmente estejam dentro daquilo que ele procura, tornando as visitas presenciais mais produtivas e atraindo, de fato, esse cliente para que ele feche o negócio.

Na etapa de busca, a automação dos processos imobiliários, principalmente com a disseminação das plataformas digitais voltadas à compra, venda e locação, possibilitou ao mercado oferecer buscas por georreferenciamento; uso da inteligência artificial para ‘conversar’ com o cliente e enviar as informações que ele solicita; e visitas à distância com o auxílio de realidade virtual e fotografias em 360 graus, que colocam o usuário ‘dentro’ do imóvel sem que ele precise sair de casa.

Avançando no funil, caso o cliente prossiga para a negociação, muita coisa já pode ser feita remotamente, com assinaturas eletrônicas, envio de documentos e outras ações que tornarão o processo de aquisição ou aluguel muito mais dinâmico, veloz e acessível.

Passando para o “mundo físico”, no cenário pós-pandemia, o mercado imobiliário precisou, também, ‘reinventar’ o conceito de bem-viver, para atender aquele consumidor que, hoje, procura espaços maiores, com áreas de lazer e coworking, em locais com melhor infraestrutura de comércio e serviços. E mesmo aqueles que querem plantas menores, como studios, não abrem mão do conforto que um sistema de automação residencial pode proporcionar, desejando que o imóvel incorpore, por exemplo, facilidades como controle de cortinas, som e iluminação por meio de smartphones.

Em um mundo cada vez mais consciente dos impactos climáticos que causamos ao nosso redor, o investimento dos incorporadores em soluções sustentáveis e tecnológicas, como elevadores inteligentes, reaproveitamento de águas pluviais, “fazendas solares”, entre tantos outros, tem sido cada vez mais apreciados pelos consumidores, que começam a enxergar, por exemplo, certificações ambientais dos produtos como diferenciais na hora de adquirir seu novo imóvel.

Essas tendências do mercado imobiliário estão mudando a forma como as pessoas compram, vendem e alugam imóveis e, por isso, é fundamental que as imobiliárias e construtoras estejam cientes delas para se manterem competitivas no mercado. Mesmo em um segmento tido como mais conservador, o conceito de disrupção, incorporado às ferramentas tecnológicas e aos projetos arquitetônicos, é o que deverá nortear o setor para que este continue sua trajetória de crescimento.

Rafael Machado é cofundador e CEO do Meu Imóvel, portal para a compra e venda de
imóveis que oferece uma abordagem mais focada no cliente e ferramentas de
geolocalização e Inteligência Artificial.

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