
A PF (Polícia Federal) indiciou nesta quarta-feira (20) o ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pela atuação nos EUA. De acordo com o relatório oficial, ambos têm atuado para obstruir o avanço da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado, que tem Jair Bolsonaro como principal réu, disse a CNN.
A Polícia Federal indiciou os políticos por coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, por meio da restrição ao exercício dos poderes constitucionais.
Documento foi enviado para o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, relator do inquérito. Moraes, por sua vez, deve enviar o relatório para a PGR (Procuradoria-Geral da República).
Caberá a Paulo Gonet, procurador-geral, se oferece denúncia, se requisita diligências complementares ou se pede arquivamento da investigação. De acordo com a CNN, a última hipótese é remota.
Investigação a Silas Malafaia
O relatório rendeu também medidas contra o pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo.
De acordo com G1, a investigação, que contou com a restauração de dados salvos em backup, constatou uma intensa atividade do ex-presidente na produção e propagação de mensagens destinadas às redes sociais, uma violação da medida cautelar imposta anteriormente.
De acordo com o documento, menos de uma hora após a ativação do novo celular, em 25/7/2025, às 11h09, o pastor enviou mensagens a Jair Bolsonaro pedindo que o investigado “disparasse” dois vídeos, com as instruções:
“ATENÇÃO! Dispara esse vídeo às 12h”
“Se você se sente participante desse vídeo, compartilhe. Não podemos nos calar!”
Sobre Eduardo, o relatório descreve:
“O parlamentar licenciado passou a publicar, em seu perfil nas redes sociais, conteúdos em inglês, com o claro intuito de alcançar o público no exterior, além de interferir e embaraçar o regular andamento da AP 2668/DF e coagir autoridades públicas brasileiras.”
A PF também encontrou mensagens em que Jair Bolsonaro teria discutido com aliados um possível pedido de asilo político ao presidente da Argentina, Javier Milei.