Política

Guedes defende Bolsonaro, mas admite: ‘Ultrapassou em palavras’

Ministro da Economia comentou que nas ações o presidente nunca transgrediu o front fiscal, mas assume que Bolsonaro passou do ponto nas manifestações

Durante encontro com investidores internacionais nesta sexta-feira (10), o ministro da Economia, Paulo Guedes, foi questionado sobre a conduta de Jair Bolsonaro durante as manifestações desta terça-feira (7). O economista afirmou que o presidente pode ter passado do ponto em palavras, mas não nas ações, e acrescentou que o mandatário está fazendo “o máximo que pode” para permanecer dentro dos limites.

Os questionamentos ao ministro foram feitos em evento virtual promovido pelo banco Credit Suisse, transmitido pela internet para usuários cadastrados.

Um executivo do banco de Nova York questionou o ministro em relação ao comportamento de Bolsonaro durante os atos de terça e perguntou sobre a perspectiva econômica brasileira após os “ruídos” recentes e os que estão por vir com o ano eleitoral.

Guedes afirmou que essa era uma ótima pergunta vinda dos Estados Unidos, dizendo que o país também teve muito ruídos no último ciclo eleitoral. O ministro repetiu seu discurso de que confia nas instituições e nas dinâmicas democráticas, mas reconheceu que o nível de ruído está alto.

“O que aconteceu no Brasil nos últimos dias? Milhões, centenas de milhares de pessoas, foram às ruas celebrar pacificamente, sem violência, todas vestidas de verde e amarelo. Isso é novo na política brasileira, todos acenando bandeiras. Uma pacífica celebração da democracia de um lado”, afirmou Guedes.

“Do outro lado, o presidente pode ter ultrapassado os limites em palavras, mas e sobre as ações? O presidente nunca ordenou nada para ser preso, nunca transgrediu nada no front fiscal. O presidente está tentando o máximo que pode para permanecer nas quatro linhas, para não sair das regras do jogo”, completou.

Com as falas de Bolsonaro contra o Supremo Tribunal Federal (STF) nos dias das manifestações, a bolsa de valores caiu 3,78% após o feriado da independência. Mas, após a divulgação da “Nota à Nação” na quinta-feira (9), a B3 voltou a crescer e subiu 3%