Política

Angela Merkel deixará governo alemão após 16 anos no poder

A chanceler eleita 10 vezes a mulher mais poderosa do mundo já havia anunciado em 2018 que não iria se candidatar novamente

A Chanceler da Alemanha, Angela Merkel, irá deixar o governo após 16 anos. A política já havia anunciado que não iria se candidatar nas eleições deste ano em 2018. No mesmo ano, ela já havia anunciado sua saída da presidência da União Democrática Cristã (CDU), partido que liderou por 18 anos.

De acordo com os resultados preliminares das eleições alemãs divulgados nesta segunda-feira (27), o Partido Social-Democrata (SPD) derrotou a CDU por uma pequena diferença de 1,6%.

Porém, como nenhum partido conquistou a maioria do Parlamento, as próximas semanas serão de debates entre os principais partidos da Alemanha para poder ser formada a coalizão do governo, acredita-se que a formação só deve ser realizada no Natal, até lá Merkel permanecerá no cargo.

Ainda existe a possibilidade pequena do SPD não assumir a liderança da Alemanha caso não consigam formular uma coalizão que seja maioria dentro do Parlamento Alemão.

Quem é Angela Merkel

Primeira mulher a comandar a Alemanha, Angela Dorothea Merkel sai de cena festejada como uma das principais lideranças políticas do mundo, popular em seu país e fora dele. Liderou os alemães durante a crise financeira internacional de 2008, a crise da Zona do Euro, a anexação da Crimeia, na Ucrânia, pela Rússia, em 2014, a crise dos refugiados na Europa, em 2015 e 2016, e durante a pandemia de Covid-19.

Vale ressaltar que o país é o mais rico e populoso da União Europeia, então seus governantes são líderes naturais do bloco. Merkel é reconhecida como gestora competente de crises e negociadora de consensos.

Merkel foi eleita para quatro mandatos consecutivos em 2005, 2009, 2013 e 2017. Ela decidiu não se candidatar para mais um período, apesar de seu prestígio. A chanceler é descrita como conciliadora, ponderada, pragmática, bem informada e alguém que houve mais do que fala. É, no entanto, criticada por adiar decisões até o último momento e, em determinadas situações, não agir de maneira incisiva o suficiente.

“Entre as lideranças alemãs, Merkel é uma anomalia tripla: mulher, divorciada e casada novamente, sem filhos; cientista, química quântica; e da Alemanha Oriental”, diz reportagem da revista New Yorker.

Merkel nunca foi considerada carismática nem boa oradora, embora seja inteligente, muito instruída, hábil e eficiente na política. Seus discursos são qualificados como monótonos, mas é tida como engraçada na vida privada. É dada a ironias, mas tem pouca tolerância a críticas. Algumas de suas marcas registradas são as mãos unidas em forma de losango em frente ao corpo e os ternos de variadas cores.

Angela Merkel foi eleita dez vezes consecutivas a mulher mais poderosa do mundo pela revista Forbes.