Política

ANP: seca na Amazônia não impacta fornecimento de combustíveis

Segundo o diretor-geral da ANP, o abastecimento de combustíveis na Amazônia não foi impactado, apesar dos crescentes desafios no transporte de cargas pelos rios da região.

O diretor-geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), Rodolfo Saboia, assegurou que, até o momento, o abastecimento de combustíveis na Amazônia não foi impactado, apesar dos crescentes desafios no transporte de cargas pelos rios da região.k

Rodolfo Saboia destacou a restrição à circulação nos rios devido à seca, mas enfatizou que, por ora, não há informações sobre restrições ao abastecimento. O agronegócio já começou a desviar cargas para o Porto de Santos devido às limitações na navegação de comboios de grãos para exportação nos portos do Norte, embora os volumes desviados permaneçam pequenos, de acordo com a Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais).

O diretor da ANP mencionou que uma sala de situação do Ministério de Minas e Energia (MME) tem monitorado possíveis restrições para acionar as autoridades responsáveis na implementação de medidas para garantir o abastecimento.

Diante das dificuldades de acesso às áreas onde essas operações são normalmente realizadas, a ANP tem agilizado a emissão de autorizações para a transferência de produtos entre navios e barcaças em locais alternativos.

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Saboia explicou: “No momento em que é necessário realizar essa operação em um ponto do rio onde não há essa autorização, a ANP é acionada para liberar extraordinariamente esse procedimento.” Ele destacou que há razões para se preocupar, mas, até o momento, as necessidades têm sido atendidas.

O presidente do Sindigás, Sergio Bandeira de Melo, informou que as distribuidoras de gás de botijão têm adotado estratégias alternativas para alcançar áreas de difícil acesso na região. O produto é transferido para caminhões quando possível, e as barcaças que transportam os botijões carregam volumes menores para navegar por áreas mais secas. Até o momento, não há relatos de falta de botijões em cidades da região.

Bandera de Melo reconheceu que a redução da carga por embarcação acarreta custos adicionais para as empresas, mas afirmou que não houve repasse para o preço final do produto. Ele enfatizou a necessidade de melhorias na rodovia BR-319, que conecta Porto Velho a Manaus e se apresenta como uma alternativa ao transporte de botijões pelos rios, destacando: “Sem entrar no mérito ambiental, precisamos ter a BR-319 funcionando”.