
De acordo com o presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, a autoridade ainda está insatisfeita com o nível da inflação, que ainda não convergiu para a meta de 3%, e acrescentou que é por isso que os juros continuam num patamar restritivo – a 15%.
“Gostaríamos que a inflação estivesse convergindo mais rápido, mas existe um custo, um ‘trade-off’ para fazer isso”, afirmou Galípolo em evento promovido pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos), em São Paulo. “Ainda estamos insatisfeitos, não estamos onde gostaríamos, por isso seguimos com patamar restritivo de juros”.
O presidente da instituição financeira também disse que o BC fará o que for preciso para cumprir o seu mandato de levar a inflação até a meta. Ele acrescentou que a direção da política monetária é a desejada par ao cumprimento do mandato do BC, de conduzir a inflação à meta.
“Toda vez que for necessário, o BC vai usar a taxa de juros”, reforçou.
“Indireta” para o Banco Master
Ao falar do tema de estabilidade financeira, Gabriel Galípolo destacou que os bancos são instituições “falíveis”, e que é importante que o BC aprenda e evite repetir erros do passado.
Sem citar diretamente o Banco Master, Galípolo disse que o BC “seguiu o gabarito” ao tratar da questão em 2025.
Boletim Focus: mercado mostra estabilidade nas projeções
O (Banco Central) BC divulgou nesta segunda-feira (24 de novembro), a nova atualização do Boletim Focus, pesquisa que reúne as projeções de mais de 120 instituições financeiras para a economia brasileira.
As expectativas desta semana vieram novamente marcadas por poucas alterações, reforçando o cenário de estabilidade nas previsões.
IPCA
O mercado reduziu discretamente a projeção do IPCA de 2025, que passou de 4,46% para 4,45%, sinalizando um leve alívio inflacionário. Para 2026, o índice permaneceu estável em 4,18%.
PIB
As estimativas de crescimento econômico seguem praticamente inalteradas. O mercado manteve a projeção do PIB em 2,16% para 2025, enquanto a previsão para 2026 também ficou estável em 1,78%.
Dólar
O câmbio mostrou completa estabilidade nas duas janelas: o mercado continua projetando R$ 5,40 para o dólar em 2025 e R$ 5,50 para 2026.
Selic
A taxa básica de juros permaneceu inalterada, com o Focus apontando 15,00% para 2025 e 12,00% para 2026. A manutenção reforça a percepção de que não há, por ora, espaço para cortes adicionais no curto prazo.
Balança comercial
A projeção para o superávit da balança comercial de 2025 foi mantida em US$ 62,10 bilhões, sem mudanças na comparação semanal. Para 2026, o mercado também preservou a estimativa de US$ 66,00 bilhões, mostrando um ajuste tímido, porém positivo, no horizonte mais longo.