O presidente do BC, Roberto Campos Neto, voltou a defender a autonomia da instituição durante evento promovido pela corretora Monte Bravo, em São Paulo. Segundo ele, uma autoridade monetária pode ter autonomia operacional e ser asfixiada pela falta de autonomia administrativa e financeira.
Campos Neto afirmou que o processo para obter a autonomia operacional do BC foi uma batalha muito dura, e que se mostrou muito importante na transição do governo anterior para o atual.
“Pensando que o BC fez a maior alta de juros da história do mundo emergente em ano de eleições, será que isso poderia ter sido feito sem autonomia? Então acho que é importante ter autonomia, uma independência com aspectos técnicos”, defendeu o presidente da autarquia.
Ele lembrou que o banco tem apoiado um projeto de autonomia financeira que tramita no Senado, cujo relator “é muito bom”.
A PEC 65, de autonomia da autarquia, é amplamente defendida pela diretoria do BC. Entre
os funcionários, porém, há resistência. Na segunda-feira (3), o Sinal (Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central) iniciou uma campanha contra a proposta no rádio.
“Estamos fazendo outras coisas além da campanha no rádio e a ideia é que a PEC seja retirada de pauta”, disse ao Estadão/Broadcast o presidente do Sinal, Fabio Fayad.
Em assembleia deliberativa com votação eletrônica entre 26 de março e 2 de abril, 74% de 4.505 votantes servidores do BC foram contrários à PEC.
BC: ex-presidente defende autonomia do banco
O ex-presidente do BC (Banco Central) e ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles defendeu o projeto de autonomia financeira da instituição.
De acordo com Meirelles, a autonomia do banco seria importante para “fazer a avaliação e pagamento dos seus funcionários, e não ficar sujeito a medidas burocráticas do governo”.
Sobre o processo de troca de comando do BC, o ex-presidente da autarquia disse que tem sido feito “de maneira tranquila”. “Isso está sendo feito com cuidado, com atenção mas, evidentemente, existem especulações no mercado”, comentou.