Política Monetária

BC chegou muito perto de intervenção cambial, diz Galípolo

Galípolo declarou que o BC não quer passar a ideia de que não está analisando uma eventual necessidade de intervenção

Foto: Pedro França/Agência Senado
Foto: Pedro França/Agência Senado

O diretor de Política Monetária do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, disse nesta quinta-feira (22) que o comando da autarquia cogitou, debateu e chegou muito próximo de fazer uma intervenção no câmbio, mas determinados que uma atuação poderia ter um efeito contraproducente.

Em evento promovido pela Fundação Getulio Vargas, em São Paulo, Galípolo declarou que o BC não quer passar a ideia de que não está analisando uma eventual necessidade de intervenção. As falas fortaleceram que a autoridade monetária só atua nessa área se foram percebidas disfuncionalidades no mercado, não buscando um determinado patamar do dólar.

“Nós cogitamos, debatemos e estamos muito próximos de fazer uma intervenção no câmbio, porque a ideia de disfuncionalidade não diz respeito exclusivamente à métrica de falta de liquidez, mas também ao descolamento dos pares e ao descolamento de fundamentos”, disse Galípolo, de acordo com o “InfoMoney”.

“E, por esses parâmetros, nós assistimos a movimentos bastante relevantes, mas acho que era um momento em que, pela idiossincrasia, talvez uma intervenção pudesse ser contraproducente pelo sinal passado para o mercado”, acrescentou.

Galípolo: BC vai obter ‘o máximo de dados’ para decisão sobre Selic

O diretor de Política Monetária do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, que a instituição vai aguardar as próximas quatro semanas até o encontro do Copom (Comitê de Política Monetária) de setembro para obter “o máximo de dados” e “estar aberta” à decisão sobre a Selic (taxa básica de juros).

As falas de Galípolo ocorreram durante o evento Conexão Empresarial, promovido pela VB Comunicação, em Belo Horizonte. O diretor reforçou a ideia de que o BC depende de dados e que, até a sua próxima decisão de política monetária, vai observar indicadores como o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios).

Além disso, Galípolo também acrescentou que a entidade precisa de números da economia norte-americana e falas do chair do Fed (Federal Reserve), BC dos EUAJerome Powell.