
O Banco Central (BC) está preparando alternativa à poupança para o financiamento de imóveis disse Gabriel Galipolo, presidente da autarquia. Informação foi dada durante a fala de Galípolo no evento Febraban Tech na terça-feira(10), em São Paulo.
Em maio a poupança teve mais de depósitos que retiradas, um total de R$ 336,87 milhões. Contudo, entre os meses de janeiro e maio, os brasileiros sacaram R$ 51,77 bilhões a mais do que depositaram na caderneta, disse a Agência Brasil.
“Estamos trabalhando nisso, conversando com os bancos, especialmente a Caixa, e pretendemos apresentar em breve um processo ponte que vai utilizar a captação de mercado para normalizar isso [as fontes de financiamento para o setor imobiliário]”, disse Galípolo
O presidente do Banco Central acredita que a retirada de recursos da poupança representa uma mudança no comportamento dos investidores. “Acho que a perda de recursos é mais estrutural, já que é difícil de competir com outras alternativas hoje. Parece natural, com mais educação financeira, a redução de recursos da poupança”, declarou.
Desde 2021 a poupança tem mais saques do que depósitos. Entre as origens para a perda de interesse na aplicação financeira mais tradicional do Brasil estão os juros altos e a facilidade na oferta de investimentos de baixo risco e maior rendimento, como títulos do Tesouro Direto.
Pix 2.0: Galípolo fala sobre inovações do Pix
Durante a participação no Febraban Tech, Gabriel Galípolo também falou sobre o que ele chama de Pix 2.0, que são novas modalidades de uso do Pix que estão previstas para 2025.
Confira a explicação de cada uma abaixo:
Pix automático
O já lançado Pix automático promete facilitar a execução de pagamentos recorrentes. Em sua fala, Galípolo afirmou que o sistema irá também garantir mais segurança e ajudar a coibir fraudes, como clonagem de cartão.
“Nós vamos dar mais segurança para quem hoje faz esse tipo de pagamento de alguma outra maneira, como uma assinatura de um serviço, por exemplo. Ele vai poder ter mais segurança, correndo menos risco de poder ter a sua conta ou seu número de cartão clonado e ,simultaneamente, 60 milhões de pessoas que hoje não têm cartão de crédito vão poder também assinar esse tipo de serviço através Pix automático” disse o economista.
Pix por aproximação
O Pix por aproximação é a forma de usar o serviço sem ter que abrir o aplicativo da instituição financeira, apenas utilizando a aproximação do celular e, dessa forma, realizar a transação com maior celeridade.
Segundo Galípolo, a modalidade já está sendo usada em algumas instituições.
Pix parcelado
Com previsão de lançamento para os próximos meses, o Pix parcelado irá dar a opção de parcelamento sem o uso de cartão, por exemplo
“Vai ser uma outra grande inovação permitindo o parcelamento de uma transação via Pix do comprador com o recebimento imediato do vendedor” declarou o presidente do Banco Central “Isso vai estimular o Pix que vale para compra de bens e serviços e, especialmente, aquelas que têm um valor mais elevado que demanda ou esse tipo de parcelamento.” completou
MET 2.0
O sistema tem com foco aprimorar questões de segurança.
“Ele vai permitir a contestação de transações de forma simples e intuitiva, diretamente por meio do aplicativo do banco. De forma 100% digital, ele vai ser aplicado também em caso de fraudes, golpes e crimes. Então, você vai conseguir fazer esse pedido e vai permitir para as instituições fazerem um rastreamento maior.” explicou Gabriel Galípolo.
Galípolo declarou que o Banco Central “vai conseguir abarcar um processo de supervisão e regulação mais amplo para alcançar mais instituições financeiras e também reforçar a segurança nesse sistema.”
Pix como garantia
A última inovação apresentada por Gabriel Galípolo foi o Pix como garantia. Nessa modalidade, os pagamentos recebidos em Pix poderão servir como garantia para outros tipos de financiamento.
“Então, se você é um autônomo, se você é um empreendedor, se você tem uma empresa e tem algum tipo de recebimento na sua chave PIX de maneira recorrente, isso vai poder ser utilizado também, esse lucro que você recebeu vai ser percebido e visto segregado como garantia neste processo de coautorização que a gente tem tentado evoluir aqui na nossa agenda” explicou
Ele finalizou a explicação dizendo que o processo irá diminuir o uso de linhas de crédito emergenciais de maneira recorrente.