Roberto Campos Neto, presidente do BC (Banco Central), expressou preocupação com a desaceleração da agenda de inovação da instituição devido à falta de investimento, alertando para possíveis impactos nas operações do Pix.
O presidente da instituição financeira também reiterou a importância da aprovação da PEC da autonomia do BC.
Durante um evento da Legend Capital em São Paulo, Campos Neto destacou que o orçamento de investimento do Banco Central foi drasticamente reduzido ao longo dos anos, chegando a apenas R$ 15 milhões este ano, um quinto do valor de cinco anos atrás.
Essa diminuição levanta questionamentos sobre a viabilidade de manter o funcionamento eficiente do Pix.
O presidente do BC ressaltou que outros bancos centrais ao redor do mundo, que estão avançando em agendas inovadoras, já possuem autonomia financeira e administrativa.
“Por isso temos defendido tanto esse tema da PEC 65, que é para poder levar o BC para o caminho que possa continuar levando à modernização”, afirmou.
‘Não se trata apenas de autonomia financeira’, diz Campos Neto
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, enfatizou que no Brasil a questão não se trata apenas de autonomia financeira, mas também de modernização.
O chefe da autarquia financeira nacional destacou que 92% dos bancos centrais no mundo, que possuem autonomia operacional, também desfrutam de autonomia financeira e administrativa, indicando a necessidade de alinhamento com os padrões internacionais.
Campos Neto esclareceu que a PEC 65 não é uma iniciativa pessoal, e observou que a autonomia só entrará em vigor em 2025, quando ele não estará mais à frente do BC.
A autoridade expressou confiança de que em algum momento haverá maturidade para sua aprovação.
O presidente do BC também ressaltou que as paralisações de funcionários, decorrentes de ajustes salariais e demandas por mais contratações, têm impactado a agenda de implementação de novas soluções, como recursos adicionais do Pix e o desenvolvimento do Drex, a versão virtual do real.