O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou na última sexta-feira (26) que não é papel dele influenciar na escolha do seu sucessor pelo governo.
O chefe da autarquia financeira brasileira enfatizou que apoia a lei de autonomia que delega essa decisão ao governo. Campos Neto fez esses comentários durante um evento promovido pelo Young Presidents’ Organization (YPO) sobre cenários e perspectivas para o Brasil.
Na última terça-feira (23), o presidente República Luiz Inácio Lula da Silva declarou que quem conviveu com Campos Neto por mais de um ano não terá problemas com ele nos próximos seis meses.
O atual presidente do BC destacou que a lei de autonomia foi um grande avanço institucional e reconheceu que o governo atual precisa lidar com um presidente do BC não indicado por ele. Ele ressaltou que, se um presidente do BC tenta interferir ou dar opiniões, vai contra o espírito da lei que ele tanto defendeu.
Campos Neto defende estabilidade e inovação no BC
Durante o evento, Campos Neto enfatizou a solidez da governança do BC, elogiando a competência técnica de seus funcionários e a diversidade na diretoria.
O presidente do BC expressou confiança na estabilidade da instituição, ressaltando a transparência do plano de inovação e a habilidade técnica dos colaboradores.
“Eu tenho dificuldade de ver que vai ter algum tipo de desarrumação. Acho que o BC tem quadro muito técnico, tem plano muito claro de inovação na cabeça das pessoas”, disse.
Campos Neto também abordou a convergência da inflação, reconhecendo alguns obstáculos, mas observou que, de maneira geral, a trajetória se mantém nos trilhos.
Além disso, manifestou preocupação com o mercado de trabalho aquecido no setor de serviços. “Eu tenho dificuldade de ver que vai ter algum tipo de desarrumação. Acho que o BC tem quadro muito técnico, tem plano muito claro de inovação na cabeça das pessoas”, disse.