Política monetária

Copom: ata confirma redução do ritmo de cortes dos juros

Na semana passada, o Copom anunciou o sexto corte consecutivo de 0,50 ponto percentual na Selic,

Copom
Copom (Foto: Banco Central)

Durante a última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central), alguns de seus membros discutiram a possibilidade de uma diminuição no ritmo de cortes dos juros básicos, caso as incertezas persistam no horizonte econômico. Essa avaliação foi revelada na ata do encontro.

Na semana passada, o Copom anunciou o sexto corte consecutivo de 0,50 ponto percentual na Selic, taxa básica de juros, fixando-a em 10,75% ao ano. 

Além disso, o Comitê ajustou sua perspectiva sobre futuros cortes, mencionando uma ampliação das incertezas e indicando que prevê uma redução na mesma magnitude apenas na próxima reunião, agendada para maio.

A mudança na orientação futura dos cortes, juntamente com uma avaliação mais cautelosa da situação econômica, foi interpretada por analistas como uma postura mais rígida do BC, o que influenciou um aumento nas taxas de juros futuros no dia seguinte à reunião.

Copom buscou mais flexibilidade ao sinalizar juros

Na ata, o Copom reiterou que seu cenário principal para a política monetária permaneceu praticamente inalterado. Mas, devido às incertezas, a autarquia monetária brasileira considerou prudente adotar uma postura mais flexível em suas decisões.

“Ainda que a comunicação já contivesse uma condicionalidade embutida, avaliou-se que não trazia a flexibilidade requerida. Além disso, argumentou-se que uma retirada tardia, possivelmente vista como uma promessa não cumprida, deveria ser evitada”, afirmou.

Os membros do Comitê concordaram de forma unânime que o ambiente econômico mais incerto diminuiu os benefícios da comunicação sobre futuras ações de política monetária e aumentou seus custos. 

Destacaram ainda que a alteração na comunicação foi motivada por uma mudança na incerteza e não em seu cenário-base.

Ainda segundo ata, a modificação reflete em uma avaliação do custo-benefício da utilização desse mecanismo adicional de política monetária.

O documento ressalta que seria um equívoco interpretar a mudança na comunicação como um sinal de alteração no ciclo de política monetária compatível com o cenário principal.