Presidente do BC

Galípolo destaca inflação com expectativas desancoradas e sinaliza cautela

“Para o Banco Central, credibilidade é fundamental. O fato de a grande maioria dos economistas reconhecer que estamos adotando as medidas corretas", disse Galípolo

Gabriel Galípolo
Gabriel Galípolo / (Reprodução: Jose Cruz/Agência Brasil)

O presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, manifestou preocupação com as expectativas de inflação, que, segundo ele, “continuam desancoradas em um patamar bastante incômodo”. A declaração foi feita nesta segunda-feira (11), durante a reunião do Conselho Político e Social da ACSP.

Ele ressaltou que ainda não se observa uma convergência das expectativas de médio e longo prazo para a meta de inflação, como determina o mandato do Banco Central.

Galípolo também destacou que, segundo pesquisas, cerca de 90% dos economistas concordam que o BC deve agir com prudência no Copom (Comitê de Política Monetária) para preservar a saúde monetária do país. Para ele, esse consenso reforça a credibilidade da instituição.

Credibilidade e medidas do BC

“Para o Banco Central, credibilidade é fundamental. O fato de a grande maioria dos economistas reconhecer que estamos adotando as medidas corretas fortalece essa confiança”, afirmou.

Sobre a política monetária, o presidente enfatizou a necessidade de manter a vigilância constante. Segundo ele, os instrumentos atuais demandam que a política siga em um patamar restritivo por um período prolongado.

“Observamos que os riscos à estabilidade estão mais acentuados, o que justifica a manutenção dessa postura mais cautelosa”, concluiu.

Galípolo destaca inovação no BC e diz que Pix aumentou bancarização

O presidente do BC (Banco Central)Gabriel Galípolo, afirmou nesta quarta-feira (6) que a autarquia segue dando “continuidade ao trabalho de inovação”. Contudo, destacou que, por natureza, a instituição é conservadora, o que torna o processo mais desafiador.

“Costuma-se dizer que, no Banco Central, você deve ser sempre o primeiro dos pessimistas e o último dos otimistas”, afirmou Galípolo. Ele ressaltou que “fazer inovação significa poder errar e aprender com o tempo, e isso é especialmente difícil para o Banco Central”.

“De um lado, o conservadorismo e a prudência, sempre demandados de uma autoridade monetária; de outro, a inovação, que exige assumir riscos, errar e aprender — algo que não costuma ser compatível com o perfil típico da instituição”, completou.