O presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, afirmou que as tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump, podem ter impacto menor no Brasil, em relação ao de outros países, devido a uma correlação menor entre as duas nações.
As declarações foram feitas nesta quarta-feira (12), em discurso de Galípolo no no IEPE (Instituto de Estudos de Política Econômica)/Casa das Garças, no Rio de Janeiro (RJ).
O presidente do BC também mencionou que ainda há muita incerteza sobre as tarifas de Trump, mas que os medos relacionados a um “choque de tarifas” mudaram o cenário que o BC tem monitorado.
“Curiosamente, parece que ao longo de 2025 temos ouvido mais a ideia de que pelo fato de o Brasil não de inseriu tão bem do ponto de vista da correlação com a economia norte-americana, talvez o Brasil sofra menos no caso de uma tarifa”, disse Galípolo.
O BC citou a possibilidade de um cenário menos inflacionário para países emergentes em sua última decisão de política monetária, que ocorreu em meio às ameaças de novas tarifas de Trump. Para a instituição, a baixa na inflação pode ocorrer devido a choques sobre o comércio internacional e condições financeiras mundiais.
Galípolo também mencionou um aumento das incertezas globais e afirmou que é uma missão do BC defender uma nova globalização, contrária ao projeto de desglobalização que “está aí”.
Outro tema acompanhado pela instituição, segundo o dirigente, é a alta da dívida pública dos países, que pressiona as taxas de juros e tem impacto sobre os emergentes.
Galípolo: Inflação deve seguir desconfortável para empresas e famílias
O presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, disse nesta quarta-feira (12) que a inflação seguira “desconfortável” para famílias e empresas no curto prazo. O mandante também afirmou que a instituição permanece no ciclo de aperto monetário, contudo não deu detalhes sobre o futuro das próximas reuniões.
Segundo Galípolo, o País está em um patamar historicamente elevado do ponto de vista de rigor monetário: “É um momento desconfortável para as empresas e famílias, que é um momento em que a inflação deve seguir em patamar desconfortável fora da meta, e você espera que a política monetária faça efeito gradualmente”, afirmou.
Como apurou o portal exame, o economista garantiu que o BC terá cautela ao analisar os sinais de desaceleração emitidos pelos dados recém-divulgados de atividade econômica como mercado de trabalho e confiança na indústria.