Negócio muda mercado

Galípolo sobre Master-BRB: função do BC é ‘julgar viabilidade’ da operação

“Mesmo no caso de um banco público adquirindo outro, não é papel do Banco Central julgar a conveniência da operação", disse Galípolo

Gabriel Galípolo (Foto: Edu Motta/BP Money)
Gabriel Galípolo (Foto: Edu Motta/BP Money)

“O que cabe ao Banco Central é julgar a viabilidade daquela aquisição”, afirmou Gabriel Galípolo, presidente do BC (Banco Central), ao comentar a operação envolvendo o Banco Master e o BRB. A declaração ocorreu nesta segunda-feira (11), durante reunião do Conselho Político e Social da ACSP.

O BRB anunciou, em 28 de março de 2025, a intenção de adquirir 58% do capital social do Banco Master — incluindo 49% das ações ordinárias e 100% das preferenciais — em um negócio estimado em R$ 2 bilhões.

Análise do Banco Central

“O plano de negócios daquele banco permanece robusto, viável e rentável a partir da aquisição? É isso que o Banco Central tem de testar quando recebe esse tipo de demanda”, explicou Galípolo.

Ele também reforçou que a decisão de compra ou venda cabe exclusivamente aos acionistas. “Mesmo no caso de um banco público adquirindo outro, não é papel do Banco Central julgar a conveniência da operação, mas sim sua viabilidade.”

Prazos e aprovação

Por fim, quanto à aprovação da operação — que já recebeu aval do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) —, Galípolo destacou que o prazo de análise do BC é de até 360 dias após a entrega final da documentação. “Sempre que recebemos novos dados, reiniciamos a análise”, afirmou.

Segundo ele, o processo segue “em ritmo confortável e sob acompanhamento”.

Galípolo destaca inflação com expectativas desancoradas e sinaliza cautela

O presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, manifestou preocupação com as expectativas de inflação, que, segundo ele, “continuam desancoradas em um patamar bastante incômodo”. A declaração foi feita nesta segunda-feira (11), durante a reunião do Conselho Político e Social da ACSP.

De acordo com o chair, ainda não se observa uma convergência das expectativas de médio e longo prazo para a meta de inflação. Isso é determinado pelo mandato do Banco Central.

Além disso, Galípolo também destacou que, segundo pesquisas, cerca de 90% dos economistas concordam que o BC deve agir com prudência no Copom para preservar a saúde monetária do país. Para ele, esse consenso reforça a credibilidade da instituição.