Em meio à tensão crescente entre o governo e o Congresso em torno da pauta fiscal, o presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, adotou um tom conciliador. Ele destacou como aspecto positivo o fato de o debate sobre contas públicas ocupar hoje o centro da agenda nacional, algo que, segundo ele, não ocorre em muitos outros países.
“No caso brasileiro, o ponto positivo é que está ocorrendo uma discussão sobre esse tema. O tema central que vem sendo debatido é justamente como endereçar essa questão de ter medidas estruturantes para permitir a sustentabilidade da evolução dívida pública, afirmou Galípolo.
“Isto é um ponto muito positivo. Você pode comparar com outros países, em que talvez a crítica de que está acompanhando, é que isso não é um tema, ou que não tem a devida centralidade ou importância. Isso a gente não pode dizer”, disse, em entrevista à imprensa nesta quinta-feira.
Galípolo reconheceu que o debate fiscal no Brasil avança com idas e vindas, “menos linear”, o que, segundo ele, é característico de regimes democráticos.
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A declaração foi feita um dia após o governo sofrer uma derrota expressiva no Congresso, que derrubou, por ampla maioria, o decreto que aumentava o IOF.
O presidente do Banco Central também afirmou que há disposição para buscar soluções fiscais tanto por parte do presidente Lula quanto do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, além de diálogo construtivo com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
Segundo ele, o BC vê com bons olhos discussões sobre medidas estruturantes que ajudem a sinalizar compromisso com a trajetória da dívida pública.
“Uma sinalização nesse sentido pode oferecer uma vantagem competitiva muito grande para o país”, afirmou.
