Economia

Luiza Trajano pede para Galípolo não anunciar mais altas nos juros

A executiva afirmou que as pequenas e médias empresas enfrentam dificuldades para sobreviver no cenário de juros elevados

Trajano pede a Galípolo que não aumente juros
Foto: Divulgação / Luiza Trajano

A presidente do conselho de administração da Magazine Luiza (MGLU3), Luiza Helena Trajano, pediu ao presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, que não anuncie mais aumentos na taxa básica de juros do país. O apelo foi feito em evento da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) nesta sexta-feira (14).

Trajano afirmou que as pequenas e médias empresas enfrentam dificuldades para sobreviver no cenário de juros elevados, destacando que o setor é importante para a geração de empregos.

“Quero falar em nome do setor varejista, porque o varejo é o primeiro que sofre e o primeiro que demanda. A pequena e média empresa não aguenta mais sobreviver com isso, não tem condição. E é ela que gera emprego”, disse a executiva.

Trajano pediu para que o BC pensasse “fora da caixa” na busca por alternativas para controlar a inflação. “(Quero) pedir para ele por favor não comunicar mais que vai ter aumento de juros, porque aí já atrapalha tudo desde o começo”, afirmou a empresária.

Galípolo respondeu que reconhece as preocupações, mas disse que a solução para problemas estruturais da economia não pode ser a mesma que já falhou anteriormente. Também destacou que a função do BC é controlar a inflação, que afeta os brasileiros de forma desigual.

“Acho que muitas vezes somos críticos ao Brasil porque as transformações não ocorrem na velocidade e com a linearidade que gostaríamos”, disse o presidente do BC, reforçando a necessidade de um debate mais abrangente sobre as dificuldades da economia do país.

Galípolo: tarifas de Trump podem atrair investimentos para o Brasil

O presidente do BC (Banco Central)Gabriel Galípolo, afirmou que o México deve ser mais prejudicado pelas tarifas dos EUA que o Brasil, portanto, o país pode acabar sendo uma opção mais atraente para investidores. As declarações ocorreram em evento na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) nesta sexta-feira (14).

Galípolo contou que, em 2024, o México era visto como mais vantajoso que o Brasil por investidores internacionais, devido aos benefícios do “nearshoring”, por ser vizinho dos EUA. Porém, ele afirmou que esse cenário foi invertido com a eleição de Donald Trump, já que as tarifas do novo presidente devem prejudicar mais o México que o Brasil.

Para o presidente do BC, o contexto atual é de modificações na complexidade global, “onde ainda estamos tentando entender quais serão as medidas efetivas (de Trump) e suas repercussões”.