Novos limites

Novas regras do Pix começam 1º de novembro; veja o que muda

As mudanças trazem novos limites, requisitos de segurança para dispositivos e ajustes que afetam o uso comercial

Foto: pixabay
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A partir desta sexta-feira (1º), o sistema de pagamento instantâneo Pix passa a operar com novas regras de segurança impostas pelo Banco Central, que impactam diretamente a forma como pessoas e empresas realizam transações no Brasil. 

As mudanças trazem novos limites, requisitos de segurança para dispositivos e ajustes que afetam o uso comercial, especialmente em micro e pequenas empresas. 

Em coletiva recente, Roberto Campos Neto, presidente do BC, destacou que essas medidas visam reduzir fraudes e elevar a segurança no sistema, garantindo que o Pix continue sendo uma opção confiável para transações digitais.

Novos limites de segurança e cadastro de dispositivos

Uma das novidades é o limite de transferência para dispositivos que não estejam previamente registrados com os bancos, com o valor de cada transação restringido a R$ 200 e o total diário a R$ 1.000. 

Para valores acima desse teto, será necessário registrar o dispositivo no sistema do banco, um passo que promete aumentar a proteção contra movimentações não autorizadas.

“A introdução dessas medidas de segurança é um divisor de águas para a confiança no sistema”, observa Thamiris Abdala, CEO da Holding SM, ao BP Money

“Embora os limites possam exigir ajustes operacionais, principalmente para pequenas empresas que dependem do Pix em suas transações, os benefícios superam qualquer inconveniente. Isso porque, ao inibir fraudes, o Banco Central protege o usuário e fortalece a imagem do Pix como um sistema seguro e sustentável para o mercado digital.”

Mudanças na segurança bancária

Os bancos também terão um papel importante na proteção dos clientes. A partir de agora, as instituições financeiras precisarão adotar soluções avançadas de gerenciamento de risco para identificar transações que não estejam de acordo com o perfil do cliente. 

A verificação periódica será feita a cada seis meses para identificar possíveis marcas de fraude, o que, segundo o BC, busca prevenir golpes e melhorar a gestão de clientes suspeitos.

As instituições deverão disponibilizar aos clientes informações detalhadas sobre como se proteger de fraudes. 

Esse processo, segundo Abdala, “reflete a necessidade de um sistema financeiro mais transparente e proativo, que compreenda e antecipe possíveis ameaças, trazendo mais segurança e confiança aos consumidores.”

Impacto econômico e adaptações para empresas

Além de elevar a segurança, o Banco Central também sinalizou a possibilidade de cobrar taxas em transações específicas, o que pode afetar o custo operacional de empresas, especialmente microempreendedores. 

Micro e pequenas empresas, que frequentemente utilizam o Pix, podem encontrar um cenário em que é necessário avaliar o custo-benefício em relação à conveniência e segurança.

Segundo Thamiris, as novas taxas e limites de segurança representam “um reflexo da maturidade do Pix”, afirmando que o sistema se profissionaliza e se adequa a um cenário em que a segurança deve ser aprimorada para garantir a confiança do consumidor. 

“Essas mudanças são uma oportunidade para as empresas desenvolverem melhores práticas e aproveitarem ao máximo o sistema, com mais confiabilidade”, acrescenta.

Campos Neto anuncia Pix por aproximação

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, anunciou na última terça-feira (29/10) que o Pix por aproximação estará disponível na próxima semana, com o lançamento previsto para segunda-feira, dia 4 de novembro.

Com essa modalidade, será possível realizar pagamentos instantâneos diretamente nas carteiras digitais, conhecidas como wallets, sem precisar abrir o aplicativo do banco. O Pix por Aproximação funcionará de maneira semelhante aos cartões com tecnologia NFC, permitindo que o pagamento seja feito sem necessidade de chave ou QR Code.

Em julho, o Banco Central divulgou o cronograma para a implementação da Jornada de Pagamentos Sem Redirecionamento (JSR):

  • Inclusão na regulamentação: 4 de julho de 2024;
  • Especificação das regras da JSR: 31 de julho de 2024;
  • Testes práticos: 14 de novembro de 2024;
  • Lançamento oficial: 28 de fevereiro de 2025.
  • Alguns bancos já participam de um programa piloto para testar a tecnologia antes de sua implementação em larga escala, e o BC destaca que o cronograma ainda pode ser atualizado.

Futuro do Pix: integração com carteiras digitais e pagamentos automáticos

Entre as novidades previstas para o sistema, está a integração do Pix com as carteiras digitais dos dispositivos móveis, permitindo que pagamentos sejam feitos por aproximação, semelhante ao uso atual de cartões. 

“A evolução do Pix, impulsionada por novas regras e funcionalidades, só mostra o quanto o mercado brasileiro se adapta à transformação digital. É uma medida que, embora exija ajustes, tem potencial para elevar a segurança, confiança e competitividade do nosso mercado financeiro”, conclui Abdala.

O presidente do Banco Central revelou que a funcionalidade, inicialmente disponível para dispositivos Android, visa tornar o Pix ainda mais acessível e prático, eliminando a necessidade de abrir o aplicativo do banco para efetuar transações.

Além disso, o lançamento do “Pix Automático” em 2025 permitirá cobranças recorrentes, funcionando como um débito automático. 

A funcionalidade deve simplificar pagamentos de mensalidades e assinaturas, como academias, escolas e serviços públicos, permitindo que o usuário estabeleça um limite máximo para cada transação e cancele a autorização a qualquer momento. “Essa nova ferramenta ampliará o alcance do Pix para transações programadas, tornando o processo prático e adaptado às necessidades dos usuários, tanto pessoas físicas quanto jurídicas”, explica Abdala.

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