Diretor de política econômica

Selic permanecerá restritiva por período prolongado, diz BC

O Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu por unanimidade no dia 30 de julho por manter a taxa Selic em 15% ao ano

Prédio do Banco Central em Brasília. (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)
Prédio do Banco Central em Brasília. (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

A Selic permanecerá restritiva por um “período bastante prolongado”, disse Diogo Guillen, diretor de Política Econômica do BC (Banco Central), nesta sexta-feira (8). Declaração foi dada durante o Fórum Jota, em São Paulo.

Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu por unanimidade no dia 30 de julho por manter a taxa Selic em 15% ao ano, após um ciclo de sete aumentos consecutivos. Informações da Reuters, via Investing.com.

Conforme sugerido por Guillen, o momento atual, que incluiu a entrada da tarifa de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros, é de cautela, o que justitifica a decisão dos membros do BC em sua reunião de julho por interromper o ciclo de altas dos juros.

“A gente optou por uma interrupção e antecipou agora continuar essa interrupção. Dada a toda incerteza, (precisamos) ter cautela”, disse Guillen. “Vai ser um período bastante prolongado de taxa significativamente contracionista para levar a inflação à meta, que é o compromisso.”

O diretor do BC reforçou a comunicação da autarquia desde o encontro do Copom, sinalizando que as autoridades precisam de tempo para verificar se o nível atual da taxa de juros é “apropriado” para fazer a inflação convergir para a meta (de 3%, com margem de tolerância de 1,5% para cima ou para baixo).

De acordo com ele, a atividade econômica resiliente do Brasil foi o responsável por levar a inflação a patamares altos, acrescentando que o Banco tem observado “surpresas baixistas” para o nível dos preços e redução das expectativas de inflação em “horizontes mais curtos”.

“Não foi uma mudança na economia que levou a uma inflação mais alta. Foi o fato de ter tido uma atividade mais forte. A gente tem tratado desse tema, tem a ver com fiscal, com mercado de trabalho mais dinâmico”, declarou.

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) teve alta de 0,24% em junho, acumulando em 12 meses avanço de 5,35%, acima do teto da meta de inflação.

Guillen disse que não duvida da eficiência e potência da política monetária e apontou que o impacto da taxa de juros sobre o crescimento econômico atual está em linha com o esperado pela autarquia.

Ele afirmou estar confortável com o modelo atual do BC, mas que isso não significa que a instituição não esteja constantemente “pensando e inovando”.