Os servidores do Banco Central estão programando uma greve de 24 horas para esta quinta-feira (11), alertando para a possibilidade de um “apagão” nos serviços da instituição. Há previsão de interrupções operacionais em todos os serviços oferecidos pela autarquia monetária brasileira como consequência dessa ação.
“Isso impactará negativamente o atendimento ao mercado e ao público, incluindo cancelamento de reuniões, manutenção em sistemas e atraso na divulgação de informações”, disse, em nota, o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), confirmando o movimento que foi aprovado em assembleia geral no dia 28 de dezembro.
Dirigentes do Sinal projetam adesão de mais de 70% dos servidores à greve, motivada pela insatisfação com o tratamento às suas demandas e concessões desiguais a outras categorias do Estado. Iniciou-se o processo de entrega de funções comissionadas, com compromisso de devolução em fevereiro se as negociações não avançarem.
As operações compromissadas e a rolagem de swap cambial permanecem, conforme comunicados recentes. A categoria critica o descaso do Ministério de Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) em relação às reivindicações e denuncia concessões assimétricas a outras categorias.
O Sinal expressa preocupação com a falta de diálogo e o suposto açodamento autoritário do presidente do BC, Roberto Campos Neto, em questões como a PEC da Independência da autarquia. O presidente está em Miami para a reunião do Banco de Compensações Internacionais (BIS), enquanto o diretor de Administração, Rodrigo Alves Teixeira, responsável pelo diálogo, estará em Brasília amanhã com agenda interna.
Servidores do BC: ‘falta diálogo’
Fábio Faiad, presidente do Sinal, critica a postura de Roberto Campos Neto, acusando-o de agir como um “autocrata” ao buscar corrigir diferenças salariais na alta cúpula do BC, retirando-os do teto constitucional. Faiad sugere que diretores insatisfeitos busquem outras empresas alinhadas às suas expectativas salariais, em vez de tentarem modificar a estrutura do BC.
“Ressalta-se a preocupação com a falta de diálogo e o alegado açodamento autoritário do presidente do BC na abordagem de questões relevantes, como a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Independência do Banco Central”, afirma o sindicato em nota.
Os trabalhadores solicitam ao governo Lula a instituição de uma “retribuição por produtividade institucional”, aumento nas tabelas remuneratórias, elevação do requisito de nível superior para o cargo de técnico, e a alteração da denominação do cargo de analista para auditor. Até o momento, o BC não emitiu um posicionamento sobre as demandas.