Caso a taxa de juros do BC (Banco Central) siga em 13,75%, pode haver “desdobramentos”, apontou o líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE). As informações são da Reuters.
Ao reforçar o discurso de muitos integrantes do governo contra a política do BC, Guimarães argumentou que há melhora nos dados econômicos, o que justificaria um movimento de flexibilização da política monetária.
“Não tem inflação alta, o desemprego está cedendo, o crescimento está se estabelecendo. Estamos fazendo as reformas que são necessárias e nada disso serve para uma baixa”, disse o líder governista em entrevista ao Jornal GGN, do jornalista Luis Nassif.
“Acho que se isso não ocorrer, teremos desdobramentos no segundo semestre em todos os aspectos”, acrescentou.
Mais cedo, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que tem observado uma desaceleração grande na inflação brasileira, mas que o núcleo dos preços ainda segue muito alto e as expectativas de alta dos preços permanecem elevadas.
Na entrevista desta segunda-feira, Guimarães também fez comentários sobre as negociações envolvendo o novo marco fiscal do governo. Segundo ele, o projeto a ser votado terá “o texto possível” — nem tanto quanto a esquerda gostaria, mas também sem ceder demais às demandas da direita. “É o meio”, avaliou o deputado.
A previsão é de que a Câmara dos Deputados vote em plenário, ainda nesta semana, o novo arcabouço fiscal.
Haddad: País está pronto para iniciar ciclo de queda de juros
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender nesta sexta-feira (19) a diminuição da taxa básica de juros, a taxa Selic. Ao discursar em um evento internacional promovido pelo BC (Banco Central), em São Paulo, o ministro disse que o país está pronto para iniciar um ciclo de queda nos juros e criticou a decisão do BC em manter a Selic em patamar elevado.
“Nós achamos que tem espaço para começar um ciclo [de queda nos juros] mas, enfim, tem uma equipe técnica ali [no Comitê de Política Monetária do BC] que está formada, e que nós procuramos respeitar”, disse.