O atual diretor de política monetária do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, deve ser anunciado como o próximo presidente da autarquia em agosto, informou o colunista Lauro Jardim, do O Globo.
Segundo o colunista, a data foi sugerida por Campos Neto ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com o argumento de que, se fosse muito cedo, o poder no BC ficaria dividido muito antes do fim do mandato, e se fosse no fim do ano, quando acaba sua gestão, a transição seria dificultada.
Não é de hoje que o mercado acompanha – com certo temor – quem será o escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para chefiar o BC.
A insegurança, inclusive, ajudou o prêmio de risco sobre ativos brasileiros a subir nos últimos meses, em especial após a decisão dividida do Copom (Comitê de Política Monetária) na reunião de maio.
Lula: novo presidente do BC olhará País como é, não como o mercado vê
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (1), que a autonomia do Banco Central é uma demanda do mercado. Ele acrescentou que o próximo presidente da autarquia terá uma visão do Brasil conforme a realidade do País, e não segundo a perspectiva do mercado financeiro.
Após afirmar que o país não necessita de juros altos atualmente, Lula declarou em entrevista à rádio Princesa, de Feira de Santana (BA), que o presidente do Banco Central — a quem ele se referiu como “cidadão” — não pode ser mais importante que o presidente da República.
“Eu estou há dois anos com o presidente do Banco Central do (ex-presidente Jair) Bolsonaro, não é correto isso”, afirmou, ponderando que a autonomia do BC foi aprovada pelo Congresso e será respeitada.
“Eu tenho que, com muita paciência, esperar a hora de indicar o outro candidato, e ver se a gente consegue… ter um presidente do Banco Central que olhe o país do jeito que ele é, e não do jeito que o sistema financeiro fala”, acrescentou.
O presidente enfatizou seu compromisso com a responsabilidade fiscal e destacou que a redução da inflação é sua prioridade, citando a decisão do governo de manter a meta de evolução dos preços em 3% como exemplo.