Eleito presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), neste domingo (21), Ilan Goldfajn conversou na semana passada com o ex-ministro Fernando Haddad (PT), nome mais cotado para assumir o Ministério da Fazenda sob a Presidência de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a partir de janeiro. De acordo com o “Valor”, o candidato à presidência em 2018 garantiu a ele que seu nome não teria o veto de Lula.
Além disso, também assegurou que ninguém do PT se opunha ou tinha objeção à candidatura dele – apesar de haver, sim, resistências no entorno de Lula. O ex-ministro Guido Mantega, por exemplo, chegou a pedir o adiamento da eleição do BID pelo fato de Ilan ter sido indicado pelo governo Jair Bolsonaro (PL).
Primeiro brasileiro a dirigir o banco, Ilan foi indicado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, como candidato do Brasil à presidência da instituição no dia 24 de outubro, seis dias antes do segundo turno da eleição presidencial.
Ainda de acordo com à publicação, a conversa com o ex-prefeito de São Paulo foi fundamental para assegurar ao executivo a vitória na eleição pelo comando da instituição. Segundo relatos, Ilan usou nos bastidores o “amém” de Haddad para se apresentar como candidato “técnico” e “apartidário”.
O fato de o governo Bolsonaro ter apresentado seu nome antes da derrota eleitoral e de Lula não ter vetado abertamente sua candidatura foi crucial para que ele conseguisse ser eleito, embora o petista tampouco tenha explicitado seu apoio ao brasileiro.
Integrante do Grupo de Trabalho da Economia do governo de transição, o economista André Lara Rezende elogiou o resultado. “Acho muito importante ter um brasileiro na presidência do BID”, disse ele ao Valor, definindo o nome como “qualificado”.
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Lara Resende é tido como um dos pais do Plano Real, assim como Pérsio Arida, que também integra a equipe de transição, ao lado do ex-ministro Nelson Barbosa e do economista Guilherme Mello.
Ilan Goldfajn começa mandato no BID em 19 de dezembro
De acordo com o comunicado do BID, Goldfajn iniciará o mandato de cinco anos a frente da instituição no dia 19 de dezembro de 2022.
Goldfajn será responsável por supervisionar operações e administração do BID. Segundo comunicado do banco, o executivo irá presidir o Conselho de Diretores Executivos do BID e o Conselho de Diretores Executivos do BID Invest. Além disso, o ComiTtê de Doadores do BID Lab, laboratório do banco para projetos inovadores de desenvolvimento, também será responsabilidade do ex-presidente do BC.
De acordo com Lucas Ferraz, secretário de Comércio Exterior que atuou na coordenação da campanha de Goldfajn, o executivo irá projetar o Brasil na esfera internacional. As informações são do jornal Valor Econômico.
O novo presidente do BID comandou o Banco Central entre 2016 e 2019, indicado por Michel Temer (MDB). O executivo de 56 anos ocupava, atualmente, o cargo de diretor de Hemisfério Ocidental do FMI (Fundo Monetário Internacional).
