Política

Bolsonaro afirma que não sabe o que é bitcoin

Declaração foi dada ao Flow Podcast na última segunda-feira (8)

O presidente Jair Bolsonaro voltou a falar sobre bitcoins e criptomoedas indígenas em entrevista ao podcast Flow, na última segunda-feira (8). Na ocasião, o candidato à reeleição pelo Partido Liberal (PL) confessou não saber nada sobre a criptomoeda. “Eu nunca mexi com isso. Não sei o que é bitcoin e acho que a maioria da população não sabe”, falou. 

Sobre o mercado brasileiro de criptomoedas, Bolsonaro disse que o assunto deveria ser tratado com o ministro da Economia, Paulo Guedes. Ainda, o presidente trouxe à tona, mais uma vez, uma discussão sobre bitcoins para distorcer um projeto da Funai (Fundação Nacional do Índio). “Descobri que a Funai tinha um contrato de R$ 50 milhões para ensinar índio mexer com bitcoin. Na transição, vamos cancelar isso aí. […] É sacanagem”, comentou. 

O projeto, que nunca saiu do papel, data de 2018, quando Michel Temer (MDB) ainda era Presidente da República. Na ocasião, a Funai firmou um contrato de R$ 44 milhões com a Universidade Federal Fluminense (UFF) que previa a criação de uma criptomoeda dos povos indígenas. O montante ainda seria usado para financiar outros 16 serviços, entre eles o mapeamento e a criação de um banco de dados das terras indígenas. 

Em 2019, a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, barrou a licitação. Um ano depois, a Funai deu fim definitivo à parceria. 

O caso tomou grandes proporções depois que Bolsonaro tomou posse, e se tornou um exemplo para criticar os governos anteriores. 

Recentemente, o presidente da Funai, Marcelo Xavier, respondeu às críticas que vinha recebendo pela falta de esforços da entidade nas buscas do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, desaparecidos no Vale do Javari (AM). Na ocasião, Xavier chegou a usar o caso da criptomoeda do indígena como exemplo de má gestão. 

“O que havia era malversação dos recursos, que nunca eram aplicados da forma adequada, vide o caso da criação de uma criptomoeda indígena, cujo contrato foi cancelado na nossa gestão e que, se fosse adiante, causaria um prejuízo de R$ 45 milhões aos cofres públicos”, escreveu o presidente.