Política

Bolsonaro viaja aos EUA para não passar faixa a Lula

A três dias do fim de seu mandato, Bolsonaro avaliava fazer um pronunciamento à nação, mas foi desencorajado por aliados

A três dias do fim de seu mandato, o presidente Jair Bolsonaro (PL) deve deixar o Brasil nos próximos dias e embarcar rumo a Orlando, na Flórida, segundo informações do “Estadão”. Com isso, não irá passar a faixa presidencial a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que venceu as eleições em outubro. 

De acordo com a publicação do jornal, aliados de Bolsonaro disseram que o presidente avaliava fazer, antes de decolar, um pronunciamento à nação. No entanto, foi aconselhado que abortasse a ideia, por conta do “risco jurídico” de incendiar manifestações de extremistas, já que desde o final de outubro, quando o pleito deu vitória à Lula, apoiadores de Bolsonaro contestam as eleições e cobram um golpe de Estado para que o atual presidente permaneça no poder. 

Ainda, um conselheiro próximo e amigo do presidente avaliou que Bolsonaro perdeu o timing e que agora seria melhor deixar para mandar mensagens a seus apoiadores após a posse de Lula. Segundo ele, o discurso do presidente pode lhe trazer problemas com a Justiça, se provocar uma mobilização ainda maior de bolsonaristas. Na última semana,  parte deles se envolveram, inclusive, em tentativas de provocar explosões.

Ao mesmo tempo, caso se pronuncie com tom mais ameno, o auxiliar presidencial disse temer que Bolsonaro decepcione e desmobilize seus seguidores.

Viagem à Flórida é considerada como fuga do País por aliados de Lula

A viagem de Bolsonaro aos EUA tem sido motivo de críticas pelo governo eleito. Alexandre Padilha (PT), futuro ministro das Relações Institucionais, disse que o presidente “fugiu” do Brasil e se mostrou um “líder de barro”, incapaz de liderar a direita.

Segundo ele, o presidente “incitou hordas bolsonaristas a desrespeitarem a eleição e a constituição e a transformar as frentes de quartéis em verdadeiras em incubadoras de atos violentos”.

De acordo com auxiliares de Bolsonaro, a viagem à Flórida estava prevista desde a semana passada. Na noite de terça (27), o presidente negou à emissora “CNN” que deixaria o País nesta quarta-feira (28), como era esperado. No entanto, não fez nenhuma referência a datas futuras.

Ainda, segundo a publicação do “Estadão”, o presidente, que deve usar o avião presidencial, não estará acompanhado da primeira-dama Michelle Bolsonaro. A previsão é que ele se hospede em um condomínio fechado, onde o ex-presidente norte-americano Donald Trump também possui uma casa.

Além disso, Bolsonaro nomeou os oito servidores a quem tem direito na sua equipe de ex-presidente, com salários custeados pela União. Entre eles, estão militares e atuais assessores na Presidência da República.